São Paulo, segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

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TERROR

Morte de civis provoca fortes protestos no Paquistão

Zawahiri não foi a jantar que gerou ataque aéreo dos EUA que matou 18

DA REUTERS

Um convite para um jantar com o segundo escalão de comando da Al Qaeda estimulou o ataque aéreo dos EUA no Paquistão, mas Ayman al Zawahiri não compareceu ao evento, como esperado, informaram ontem funcionários do serviço de inteligência do país.
O Paquistão condenou o ataque de sexta-feira, que matou pelo menos 18 pessoas, incluindo mulheres e crianças, e chamou o embaixador americano Ryan Crocker para protestar.
Houve demonstrações antiamericanas em diversas cidades ontem. Simpatizantes de partidos islâmicos e seculares reuniram cerca de 10 mil pessoas para um comício na cidade de Karachi.
O ministro das Relações Exteriores disse no sábado que estrangeiros haviam estado perto da vila de Damadola, em Bajaur, na fronteira com o Afeganistão, e provavelmente seriam o alvo.
O serviço de inteligência paquistanês disse que estava checando denúncias de sete militantes estrangeiros mortos na fronteira, cujos corpos haviam sido removidos por pessoas do local. Mas afirmou que não havia indícios de que o braço direito de Osama bin Laden, Zawahiri, estivesse no local.
"Ele foi convidado para o jantar, mas não temos nenhuma comprovação de que ele compareceu", disse um oficial à agência Reuters. A rede de televisão Al Arabiya mencionou uma fonte que tem contato com a Al Qaeda que disse que Zawahiri está vivo.
O governo dos Estados Unidos não comentou o caso, mas fontes próximas da operação disseram que era muito cedo para determinar seu destino e que destroços do local teriam de ser examinados.
As fontes, que falaram sob a condição de anonimato, disseram que o ataque aéreo foi baseado em indicações muito claras de que Zawahiri estava no local.
Outro oficial da inteligência do Paquistão disse que dois clérigos islâmicos locais, conhecidos por abrigar militantes da Al Qaeda, compareceram ao jantar, mas foram embora pouco antes do ataque, ocorrido às 3h.
A justificativa dos EUA, porém, não foi levada a sério no Paquistão. "A América levantou o fantasma do Zawahiri para se justificar pelo ataque", disse Meraj Ul Huda, um dos líderes da aliança islâmica em Karachi que participou dos protestos de ontem.

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