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Brasileiros improvisam embaixada
DO ENVIADO A PORTO PRÍNCIPE
Com o prédio da Embaixada do Brasil no Haiti
condenado e a cidade sem
água e luz, nove funcionários passaram a dormir e a
tentar trabalhar na Casa
de Cultura Brasileira.
Ali, eles são vigiados durante todo o tempo por 13
fuzileiros navais, que se
revezam e têm um lugar
próprio para descansar, a
Casa Naval.
"Perguntamos a todos
os nossos funcionários se
queriam ir embora. Com a
exceção de uma, todas desejaram ficar", disse a embaixatriz Roseana Kipman, 61. "Estamos vivos, e
isso basta. Nossas casas estão seguras, e isso basta."
O piercing no nariz não
é o único detalhe que afasta Roseana de outras embaixatrizes brasileiras. Falante, tem sido bastante
ativa nas coordenações
envolvendo a embaixada.
"Essa mulher é uma guerreira", comenta o assistente de Chancelaria Almir de
Oliveira.
Diferentemente dos demais funcionários, Roseana e o marido, o embaixador Igor Kipman, estão
dormindo na residência
oficial. Ali, também são
obrigados a improvisar
-para tomar banho, usam
a água da piscina.
Nenhuma casa dos diplomatas e funcionários
da Chancelaria foi destruída, mas faltam água, luz,
telefone e gás. Apenas uma
empresa de celular no
Haiti tem sinal, mas de
forma bastante irregular.
Racionamento
Já na ampla Casa de
Cultura, localizada no
bairro nobre de Pétionville, a cisterna grande e um
gerador próprio garantem
o abastecimento por algum tempo. Por outro lado, a comida foi trazida das
casas dos funcionários.
Como precaução, água e
comida estão racionadas,
mas não há mais gás -um
funcionário tenta comprar bujões há dois dias,
sem sucesso. Para economizar combustível, o gerador só funciona o mínimo
suficiente para carregar as
baterias da casa. Sem telefone, conta apenas com internet, que cai a todo instante. Mas o prédio não
sofreu nenhum impacto.
Diferentemente da embaixada, a poucas quadras
dali. A representação funcionava num edifício de
seis andares, com o exterior todo rachado.
Segundo o secretário
Guillermo Barbosa, eles
vão ficar no local por tempo indeterminado, à espera de instruções.
(FM)
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