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Presidente orientou primeiro escalão a participar de atos pela paz, diz ministro
Protestos no Brasil têm o apoio do governo Lula
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os protestos contra a guerra
realizados ontem no Brasil tiveram apoio oficial do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o ministro das Cidades,
Olívio Dutra, Lula orientou os
membros do primeiro escalão do
governo a participar dos atos.
"É um sentimento do governo:
outros integrantes do governo,
onde estejam, estarão também
participando de manifestação pela paz. É uma orientação do presidente da República", afirmou Olívio ontem, em Brasília, onde participou de caminhada pela manhã
com um pequeno grupo.
Numa comparação com o resto
do mundo, os atos no Brasil reuniram menos gente, mas foram
animados -em capitais do Nordeste, por exemplo, o clima era de
Carnaval. As primeiras manifestações foram de manhã: em capitais como Salvador (BA), Recife
(PE), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Curitiba
(PR), Florianópolis (SC), Brasília
e Goiânia (GO) e cidades como
Sorocaba (SP) e Chapecó (SC) e
Foz do Iguaçu (PR).
À tarde, houve atos em São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus (AM) e
Porto Alegre (RS). O público nas
nove capitais que realizaram atos
pela manhã foi de cerca de 7.500
pessoas, somando as estimativas
feitas pelas Polícias Militares.
Em Salvador, cerca de 1.500 pessoas participaram de passeata que
começou no Campo Grande
(centro) e seguiu até o Pelourinho
(centro histórico), praticamente o
mesmo percurso dos blocos durante o Carnaval. A maioria dos
participantes da marcha baiana
estava vestida de branco.
Em Belo Horizonte, o ato contra
a guerra reuniu cerca de 1.200
pessoas, na praça Rio Branco, na
região central da capital mineira.
Em Fortaleza, um ato reuniu
2.000 pessoas, que entoaram gritos de guerra como "Iraquiano é
meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo" e "Olê, olê, olê, olá,
contra a guerra e o capital, a nossa
luta é internacional". O ato reuniu
lideranças indígenas, religiosos e
políticos. Havia faixas com recados para Lula: "Contra a guerra e
a Alca, Lula, rompa com o FMI".
Índios da tribo tapeba, que vivem na região metropolitana de
Fortaleza, aproveitaram para vender colares e pulseiras feitas com
sementes de linhaça, de pau-brasil e de capim. Um colar custava
R$ 3, e uma pulseira, R$ 2.
Em Recife, cerca de 800 pessoas
fizeram passeata que terminou
em frente ao Consulado dos EUA
na cidade. Havia uma orquestra
de frevo e bonecos gigantes do
Carnaval de Olinda.
(KAMILA FERNANDES, LUIZ FRANCISCO, FERNANDA KRAKOVICS e IURI DANTAS)
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