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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003

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Presidente orientou primeiro escalão a participar de atos pela paz, diz ministro

Protestos no Brasil têm o apoio do governo Lula

DA AGÊNCIA FOLHA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os protestos contra a guerra realizados ontem no Brasil tiveram apoio oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o ministro das Cidades, Olívio Dutra, Lula orientou os membros do primeiro escalão do governo a participar dos atos.
"É um sentimento do governo: outros integrantes do governo, onde estejam, estarão também participando de manifestação pela paz. É uma orientação do presidente da República", afirmou Olívio ontem, em Brasília, onde participou de caminhada pela manhã com um pequeno grupo.
Numa comparação com o resto do mundo, os atos no Brasil reuniram menos gente, mas foram animados -em capitais do Nordeste, por exemplo, o clima era de Carnaval. As primeiras manifestações foram de manhã: em capitais como Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Brasília e Goiânia (GO) e cidades como Sorocaba (SP) e Chapecó (SC) e Foz do Iguaçu (PR).
À tarde, houve atos em São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus (AM) e Porto Alegre (RS). O público nas nove capitais que realizaram atos pela manhã foi de cerca de 7.500 pessoas, somando as estimativas feitas pelas Polícias Militares.
Em Salvador, cerca de 1.500 pessoas participaram de passeata que começou no Campo Grande (centro) e seguiu até o Pelourinho (centro histórico), praticamente o mesmo percurso dos blocos durante o Carnaval. A maioria dos participantes da marcha baiana estava vestida de branco.
Em Belo Horizonte, o ato contra a guerra reuniu cerca de 1.200 pessoas, na praça Rio Branco, na região central da capital mineira.
Em Fortaleza, um ato reuniu 2.000 pessoas, que entoaram gritos de guerra como "Iraquiano é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo" e "Olê, olê, olê, olá, contra a guerra e o capital, a nossa luta é internacional". O ato reuniu lideranças indígenas, religiosos e políticos. Havia faixas com recados para Lula: "Contra a guerra e a Alca, Lula, rompa com o FMI".
Índios da tribo tapeba, que vivem na região metropolitana de Fortaleza, aproveitaram para vender colares e pulseiras feitas com sementes de linhaça, de pau-brasil e de capim. Um colar custava R$ 3, e uma pulseira, R$ 2.
Em Recife, cerca de 800 pessoas fizeram passeata que terminou em frente ao Consulado dos EUA na cidade. Havia uma orquestra de frevo e bonecos gigantes do Carnaval de Olinda.
(KAMILA FERNANDES, LUIZ FRANCISCO, FERNANDA KRAKOVICS e IURI DANTAS)



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