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CRISE
Protesto reúne mais de mil pessoas
Atos contra presidente já mataram 50 no Haiti
DA REDAÇÃO
Mais de mil pessoas marcharam ontem contra o presidente do
Haiti, Jean-Bertrand Aristide, na
periferia da capital, Porto Príncipe. Gritando slogans contra ele,
membros da aliança de oposição
conhecida como Plataforma Democrática disseram que não
apóiam a violência, mas partilham com os rebeldes que iniciaram há nove dias uma revolta no
interior do país o mesmo objetivo
-depor o atual presidente.
Os rebeldes iniciaram a rebelião
contra Aristide a partir de Gonaives (112 km da capital), quarta
maior cidade do país, mas ela já se
alastrou por outras dez. Acredita-se que a rebelião, que já deixou ao
menos 50 mortos, esteja sendo
conduzida por um líder paramilitar que estava escondido na República Dominicana.
Militantes leais a Aristide já haviam esmagado, na última quinta,
uma outra manifestação contra o
governo, apedrejando os opositores e bloqueando várias ruas.
"Nós ainda estamos lidando
com isso por meio de atos não-violentos, mas nosso objetivo é
um só", disse Gilbert Leger, advogado e membro da oposição.
"Nós, de fato, apoiamos os esforços [dos rebeldes]", disse.
Embora o número de rebeldes
seja inferior ao de membros da
força policial do Haiti -que chega a 5.000-, líderes paramilitares
vivendo no exílio na República
Dominicana têm se unido a eles.
Rumores de que a mulher de
Aristide, Mildred Trouillot Aristide, tivesse saído do país foram
afastados pela imprensa local, que
afirmou que ela está nos EUA para um funeral e volta ao país hoje.
O neto da tia de Mildred Trouillot Aristide, que foi ministra de
Assuntos Sociais, teria sido seqüestrada na sexta-feira. Desde o
início da rebelião, foram relatados
três outros casos de seqüestro.
A insatisfação com Aristide,
num país de 8 milhões de habitantes, tem crescido desde que seu
partido fraudou as eleições legislativas de 2000, levando vários estrangeiros a suspenderem milhões de dólares em doações.
Manifestações contra a corrupção e contra a má administração
de Aristide têm ocorrido no país
há vários meses, mas a revolta
contra seu governo só atingiu o
ápice nos últimos nove dias.
O secretário de Estado dos EUA,
Colin Powell, afirmou, na sexta-feira, que seu país e as outras nações "não irão aceitar nenhuma
tentativa de remoção do presidente eleito".
Com agências internacionais
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