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Abbas renomeia premiê do radical Hamas
Objetivo é governo de unidade, mas EUA se declaram "insatisfeitos"; Rice mantém sua viagem à região
DA REDAÇÃO
Em meio a desconfianças
americanas, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, aceitou
ontem a renúncia do gabinete
chefiado por Ismail Haniyeh,
mas de imediato encarregou o
primeiro-ministro de negociar
nas próximas cinco semanas a
formação de um novo governo
de unidade entre as facções.
A formalidade se dá em cumprimento do acordo firmado
em Meca, com o patrocínio do
trono saudita. Mas os Estados
Unidos, afirma a Associated
Press, disseram-se "insatisfeitos" com o fato de o grupo radical islâmico Hamas, do premiê
Haniyeh, não ter reconhecido o
direito à existência de Israel.
Ontem à tarde, Abbas recebeu um telefonema do subsecretário de Estado David
Welch, para quem Washington
não se dispunha a reconhecer
como interlocutor nenhum ministro do novo governo, mesmo
que sejam independentes ou do
Fatah, o partido laico e moderado do presidente.
O cônsul americano em Jerusalém, Jacob Walles, procurou Abbas a seguir em Ramallah, na Cisjordânia, e transmitiu-lhe recado idêntico.
Na carta em que reconduziu
Haniyeh à chefia do governo,
Abbas afirma que o premiê deverá respeitar "os acordos internacionais", o que designa
implicitamente os documentos
firmados no passado entre Israel e os palestinos. Mas a ausência de menção explícita a Israel é citada, pelos governos
americano e israelense, como
um impedimento para a suspensão das sanções impostas
aos palestinos depois da vitória
do Hamas na eleição legislativa
de janeiro do ano passado.
Condoleezza Rice, a secretária de Estado americana, anunciou ontem que embarcaria hoje para o Oriente Médio, onde
ela deverá reunir, num mesmo
local, Abbas e o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert.
Agora, no entanto, assessores
do Departamento de Estado
acreditam que a aliança de Abbas com o Hamas tornou-se um
novo complicador e não descartaram a possibilidade de que
o encontro seja suspenso.
Com agências internacionais
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