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Sem Bush e TLC, Uribe quer reforçar laço com Brasil
Em busca de investimentos, presidente da Colômbia encontra empresários em São Paulo hoje; encontro com Lula será amanhã
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Colômbia,
Álvaro Uribe, inicia hoje, em
São Paulo, uma visita de dois
dias ao Brasil cujo objetivo
maior é atrair investimentos
brasileiros, num momento em
que a principal aposta do país
-o Tratado de Livre Comércio
com os EUA- segue travada no
Congresso americano.
Uribe se reúne amanhã com
o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva em Brasília -o colombiano retribui visita de Lula à
Colômbia em julho passado.
Hoje, acompanhado pelo
chanceler Jaime Bermúdez e
pelo ministro do Comércio,
Luis Guillermo Plata, o presidente terá três encontros com
grupos de empresários em São
Paulo, um deles na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Deve ser recebido também pelo governador
José Serra (PSDB).
O foco de Uribe é o déficit colombiano no intercâmbio comercial bilateral, de US$ 1,4 bilhão. "Temos de compensar [o
déficit] pela via dos investimentos brasileiros na Colômbia", disse o presidente.
O Brasil representa apenas
3% nas exportações colombianas, mas a vendas tiveram crescimento de 94% entre 2007 e
2008 (US$ 819 milhões).
Já a Colômbia é um mercado
qualificado para o empresariado brasileiro, com total de US$
2,2 bilhões exportado em 2008.
Nas vendas, destaque para os
aviões, de combate e civis, fabricados pela Embraer.
Aproximação
A visita de Estado de Uribe
em Brasília é também parte do
esforço de estreitamento da relação bilateral -considerada
boa, mas superficial, após anos
de atenção de Bogotá à aliança
com os EUA, agora sob revisão
com a saída de George W. Bush
da Casa Branca.
Também acontece dez dias
após o Exército brasileiro ter
dado apoio logístico à missão
que retirou da selva seis reféns
libertados unilateralmente pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Uribe telefonou para agradecer Lula pela participação discreta na operação. O governo
brasileiro, à diferença do venezuelano no passado, não fez comentários sobre o tema e frustrou a expectativa das Farc de
ensaiar uma interlocução.
Mas há ainda caminho a percorrer na aproximação entre os
dois mais bem avaliados presidentes da América Latina. O
conservador Uribe, ainda que
participe, não tem sido um entusiasta das iniciativas brasileiras como a Unasul (União de
Nações Sul-Americanas) e seu
Conselho de Defesa, instâncias
sem a participação dos EUA.
Lula recentemente cobrou
que a imprensa questionasse o
conservador Uribe, e não apenas o esquerdista Hugo Chávez, sobre as intenções de tentar um terceiro mandato presidencial. O colombiano tem sido
escorregadio sobre o tema.
(FLÁVIA MARREIRO)
Com agências internacionais
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