São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 2006

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ORIENTE MÉDIO

Abbas visita prisão

Israel vai julgar seis prisioneiros de Jericó

DA REDAÇÃO

Enquanto o presidente palestino, Mahmoud Abbas, chamava de "crime imperdoável" a invasão israelense à prisão palestina em Jericó, o governo de Israel declarou que julgará seis prisioneiros levados por seus soldados. "Eles serão indiciados de acordo com a lei israelense e serão punidos como merecem", disse o premiê interino Ehud Olmert.
Seis dos homens que Israel capturou com a operação de anteontem têm relação com o assassinato, em 2001, de Rehavam Zeevi, ministro do Turismo do país.
Entre eles estava Ahmed Saadat, líder da Frente Popular pela Libertação da Palestina, que teria comandado o assassinato. Abbas disse na semana passada que poderia soltar Saadat, o que Israel já havia declarado que não aceitaria.
O presidente palestino visitou a prisão de Jericó, que foi alvo de tanques e tratores israelenses. "O que houve é um crime imperdoável e um insulto ao povo palestino", disse.
Abbas também sugeriu que a ação teria sido coordenada entre as tropas israelenses e os observadores internacionais do complexo: "Estou relatando os fatos. Eles [os observadores] saíram às 9h20, e os israelenses chegaram às 9h30. Como podemos explicar?"
O ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz, negou coordenação com os EUA e que a operação militar tenha sido uma medida eleitoreira, depois da constatação de que Ehud Olmert ganhou popularidade nos últimos dias.
Uma pesquisa divulgada ontem manteve o partido de Olmert na liderança das intenções de voto para o Parlamento na eleição do próximo dia 28. O recém-criado Kadima, centrista, ganharia 37 dos 120 assentos, enquanto os moderados do Partido Trabalhista ficariam com 20 e o conservador Likud teria 16. A maior novidade foi o aumento de indecisos (28 assentos estariam indefinidos, contra 24 na pesquisa da semana passada).
O responsável pela pesquisa, encomendada pela rede de TV Canal 10 e pelo jornal "Haaretz", disse que as entrevistas foram feitas durante o tempo em que era realizada a operação militar em Jericó, e que portanto esta não teria influenciado os resultados.
Segundo as autoridades israelenses, dos cerca de 300 palestinos detidos anteontem, somente 38 estavam ontem em poder de Israel, que fazia interrogatórios.
Ontem houve uma greve geral em Nablus e protestos em outras cidades palestinas contra a operação israelense. Mas todos os 11 estrangeiros que haviam sido seqüestrados anteontem por palestinos em represália ao ataque à prisão foram soltos até a tarde.
Ainda ontem, um palestino foi morto por guardas de fronteira em Kharbatta. Segundo as autoridades israelenses, ele estava com outros dois homens que atiraram coquetéis molotov nos soldados e receberam tiros em resposta.


Com agências internacionais

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