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Terrorista confessou morte de jornalista em 2002, diz transcrição do Pentágono
DO "NEW YORK TIMES"
Khalid Shaikh Mohammed,
que assumiu a responsabilidade pelos atentados do 11 de Setembro, disse ter decapitado o
jornalista americano Daniel
Pearl, segundo a transcrição de
seu depoimento em uma audiência conduzida pelas Forças
Armadas dos Estados Unidos
em Guantánamo, no sábado. A
transcrição, com alguns trechos censurados, foi divulgada
pelo Pentágono.
Funcionários do governo dos
EUA e o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, afirmaram que Mohammed tomou
parte no assassinato de Pearl,
repórter do "Wall Street Journal", em 2002, no Paquistão.
O trecho do depoimento diz:
"Decapitei com minha abençoada mão direita a cabeça do
judeu americano Daniel Pearl".
Mohammed, que há muito
era tido como um dos organizadores dos ataques do 11 de Setembro, confessou sua participação nos atentados e admitiu
responsabilidade total ou parcial por mais de 30 outros ataques e complôs terroristas, segundo a transcrição.
Consta da lista uma gama de
atividades de terrorismo, que
variavam de planos para atentados com explosivos contra
prédios de Nova York e Londres a complôs para assassinar
os ex-presidentes Jimmy Carter e Bill Clinton, bem como o
papa João Paulo 2º.
Em um depoimento desconexo, Mohammed, um dos
principais auxiliares de Osama
bin Laden, afirmou que suas
ações eram parte de uma campanha militar. "Não estou feliz
por 3.000 pessoas terem sido
mortas nos EUA", ele afirmou.
"Chego a lamentar o fato. Não
gosto de matar crianças."
Mohammed disse que seu
depoimento ao tribunal, no sábado, não foi realizado sob intimidação, mas em outros trechos da transcrição havia indicações de que ele alegara ter sido vítima de maus-tratos quando esteve sob custódia da CIA,
em 2003.
Em suas declarações, Mohammed se descreveu como
"comandante militar operacional de todas as operações estrangeiras" da Al Qaeda no
mundo. Ele delineou uma vasta
série de complôs que não foram
executados. Entre os alvos, disse, havia edifícios de escritórios
em Chicago, Los Angeles e Nova York e a sede da Bolsa de Valores em Manhattan.
Mohammed disse que comandava "a célula de produção
de armas biológicas (...) e que
supervisionava as operações
com bombas sujas em território americano". Ele declarou
igualmente haver tomado parte
"no levantamento de dados e
fundos para o assassinato" de
diversos ex-presidentes dos Estados Unidos.
Não se sabe ao certo que proporção das vastas alegações de
Mohammed corresponde à
verdade. Em 2005, a Comissão
do 11 de Setembro declarou que
Mohammed era notório por
suas ambições extravagantes e,
usando suas iniciais, descreveu
a visão dele para "um teatro,
um espetáculo de destruição,
com KSM como astro, escalado
por ele mesmo para o papel de
superterrorista".
Mohammed, 41, é paquistanês mas cresceu no Kuait e se
formou na Universidade Técnica e Agrícola da Carolina do
Norte, em 1986. Foi capturado
no Paquistão e, em 2003, entregue à CIA.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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