São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2008

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Avião com 85 cai sobre mercado no Congo

Pelo menos 21 morreram no acidente, durante decolagem frustrada em Goma; mortos podem superar 70

DA REDAÇÃO

Pelo menos 21 pessoas -todas em solo- morreram quando um avião comercial se chocou ontem com um mercado público vizinho do aeroporto de Goma, no leste da República Democrática do Congo, e pegou fogo. Havia 85 pessoas a bordo, mas os relatos sobre vítimas dentro da aeronave eram contraditórios na noite de ontem.
Em entrevista à rádio local da ONU, o piloto do avião, Dunia Sindani, disse que a aeronave, que tinha como destino Kinshasa, teve um problema em uma das rodas e não conseguiu ganhar potência suficiente para decolar. Tampouco ele conseguiu frear, escapando da pista de pouso e colidindo com o mercado.
O governador da região, Julien Mpaluku, afirmou inicialmente que havia apenas seis sobreviventes e mais de 70 mortos. Mais tarde, porém, ele disse que 75 pessoas haviam escapado vivas, com ferimentos.
Não ficou claro, entretanto, se esses feridos seriam todos passageiros ou incluíam transeuntes que andavam no bairro de Birere, onde o DC-9 da companhia congolesa Hewa Bora Airways caiu. Testemunhas relataram a agências de notícias que "dezenas de corpos" tinham sido removidos da aeronave após o desastre.
No início da noite de ontem, a Hewa Bora Airways reportou 21 mortos, todos atingidos em solo. "Os corpos foram levados ao necrotério do Hospital Geral de Goma", declarou à France Presse o presidente da companhia, Stavros Papaioannou.
"Havia 85 pessoas a bordo: 79 passageiros e seis membros da tripulação. A tripulação está bem. Estamos tentando localizar os passageiros. Até agora localizamos 53 pessoas, que passam bem", acrescentou.
Na semana passada, a União Européia adicionou a Hewa Bora a sua lista negra de empresas aéreas proibidas de voar para a Europa por não atender padrões mínimos de segurança.
Atualmente 50 companhias congolesas estão na lista, mais do que de qualquer outro país. A República Democrática do Congo também lidera, na África, o ranking de mortes em acidentes aéreos, segundo a Aviation Safety Network.
A tragédia acontece quase seis meses após acidente parecido com um avião da mesma empresa aérea, que caiu em um bairro de Kinshasa. Na ocasião, 50 pessoas morreram e 32 ficaram feridas. No segundo semestre do ano passado, três grandes acidentes de aviões mataram 72 pessoas.
No país, passageiros e carga são transportados no mesmo avião, normalmente modelos soviéticos recauchutados.


Com agências internacionais.


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