São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 2006

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COLÔMBIA

Uribe promete zona desmilitarizada se as Farc aceitarem declarar trégua
Em campanha para a reeleição, o presidente Alvaro Uribe disse ontem que está disposto a criar uma zona desmilitarizada para as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) se a guerrilha terrorista de esquerda declarar um cessar-fogo.
"Se eu ganhar a reeleição, farei um chamado para que as Farc reconsiderem sua atitude, renunciem à violência e pensem na necessidade de construir a paz." Em dezembro, três países europeus sugeriram que fosse criada uma zona desmilitarizada de 180 km2. "Se as Farc se decidissem pela paz e pelo fim das hostilidades, eu não teria inconveniente em aceitar um território até maior para um acordo humanitário", disse Uribe.
Ele é favorito para vencer as eleições no próximo 28 de maio. Pesquisas lhe dão mais de 50% de preferências. Ele pode se reeleger já no primeiro turno.
No início de seu mandato, em 2002, Uribe prometeu não ceder "um só centímetro de território aos terroristas". Era uma crítica à zona desmilitarizada de 42 mil km2 concedida pelo seu antecessor, Andrés Pastrana, entre 1999 e 2002, para um frustrado diálogo com a guerrilha.
O presidente disse ontem que um território desmilitarizado serviria para discutir um intercâmbio humanitário e o início de processo de paz.
"Sou o presidente mais odiado pela guerrilha, o que mais a combateu, mas também o que mais garantias deu para um diálogo", disse Uribe. Ele mantém diálogo com o Exército de Libertação Nacional, ELN, a segunda principal guerrilha, através de contatos em Cuba. "Estamos dispostos a abrir todas as portas para a negociação."
As Farc, no entanto, afirmaram ontem que não pretendem dialogar com Uribe, a quem acusam de representar "a guerra irracional" e pediram que ele não seja reeleito.


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