São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2011

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Oposição diz que Chávez governa de Cuba

Adversários acusam mandatário de violar Constituição ao despachar da ilha, onde se recupera de uma cirurgia

Vácuo também mostra falta de um sucessor à altura do presidente venezuelano, afirmam analistas políticos

DA REUTERS

A prolongada ausência do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que já está há nove dias fora do país e se recupera agora de uma cirurgia de emergência em Cuba, não só deixou evidente o seu completo domínio na política do país como despertou os adversários que pretendem tirá-lo do poder em 2012.
A lacuna com sua ausência reabriu o debate de quem irá substituí-lo.
"Esse incidente deixa claro que, depois de 13 anos no poder, Chávez ainda não tem um sucessor óbvio, com o seu imenso carisma e talento político inigualável, pelo menos entre os seus companheiros mais próximos", disse o "think-tank" LatinNews, sediado em Londres.
Chávez está fora da Venezuela desde 6 de junho e teve que esticar sua escala em Cuba depois que médicos descobriram um inchaço na sua pelve, na última sexta-feira. Ele foi submetido a uma cirurgia imediata.
Os adversários o acusaram de violar a Constituição do país ao estender sua estadia na ilha sem a permissão do Parlamento e por permitir que o país fosse conduzido de Havana.
"A Venezuela foi humilhada, pois estamos sendo governados a partir de Cuba, por Chávez ou por [Fidel] Castro", disse a deputada da oposição Maria Corina Machado durante um debate sobre o tema no Parlamento.
Por outro lado, o Parlamento Latino (Parlatino), seção Venezuela, aprovou ontem um texto de solidariedade por "pronta melhoria, restabelecimento e retorno ao país" de Chávez.
De acordo com o jornal "El Universal", a deputada oposicionista Delsa Solórzano, do partido Um Novo Tempo (UNT), justificou a aprovação do acordo sob a condição de que fosse corrigido o texto da Lei de Endividamento Complementar no Diário Oficial.
Segundo ela, o documento deve deixar claro que a lei foi promulgada em Havana, e não em Caracas.
Na ausência de Chávez, a mídia de oposição tem pressionado o governo, destacando cortes de eletricidade que geraram políticas impopulares, como multas para quem consumir muita energia, e uma revolta que matou 19 pessoas numa prisão.
Durante uma cerimônia militar, o ministro da Defesa, general Carlos Mata Figueroa, afirmou que Hugo Chávez, com quem conversou por telefone, está em "franca melhoria".


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