São Paulo, Quarta-feira, 16 de Junho de 1999
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NOVA CRISE
Barco militar norte-coreano é afundado pela Coréia do Sul; Seul diz que não abandona política de reaproximação
Choque naval eleva tensão entre Coréias

das agências internacionais


Navios da Coréia do Sul e do Norte trocaram tiros ontem, no primeiro embate naval no mar Amarelo (que fica entre a península coreana e a China) desde a Guerra da Coréia (1950-53). A Coréia do Sul afundou um navio norte-coreano e diz ter danificado outros.
Segundo o porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Cha Young-koo, quatro barcos de patrulha e três torpedeiros da Coréia do Norte invadiram águas da Coréia do Sul e atiraram contra barcos de patrulha às 9h25 de ontem (21h25 de segunda em Brasília).
Foi o pior incidente entre os países desde dezembro, quando a Coréia do Sul afundou um barco espião norte-coreano no sul da península da Coréia. Segundo informações obtidas pela rede de TV CNN com autoridades dos EUA, pelo menos 30 norte-coreanos teriam sido mortos e 70 feridos.
"A Coréia do Norte é claramente responsável pelo incidente. Pedimos que parem com essas invasões e que resolvamos nossos problemas pelo diálogo", disse o porta-voz sul-coreano.
A TV estatal da Coréia do Norte afirmou que o incidente se deu por provocação dos EUA e da Coréia do Sul. Segundo a emissora, os bombardeios da Otan contra a Iugoslávia seriam um ensaio para o reinício da guerra nas Coréias.
Os EUA lideram tropas da ONU que patrulham a linha de trégua estabelecida entre os dois países em 1953. Tecnicamente, as Coréias ainda estão em guerra. Há cerca de 37 mil soldados dos EUA na região. Além da linha terrestre, a ONU demarcou em 1953 uma zona marítima de segurança.
"A zona de segurança foi claramente violada pela Coréia do Norte", afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Mike Hammer.
O ex-secretário de Defesa dos EUA William Perry, que está fazendo um relatório sobre as Coréias para o presidente Bill Clinton, disse no mês passado, em Seul, que existia a possibilidade de uma "expansão" das relações entre os EUA e a Coréia do Norte.
O atual governo sul-coreano tem demonstrado interesse de aproximação com o norte. Ontem, Seul declarou que a política de aproximação entre os dois países não foi prejudicada pelo incidente.


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