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NOVA CRISE
Barco militar norte-coreano é afundado pela Coréia do Sul; Seul diz que não abandona política de reaproximação
Choque naval eleva tensão entre Coréias
das agências internacionais
Navios da Coréia do Sul e do
Norte trocaram tiros ontem, no
primeiro embate naval no mar
Amarelo (que fica entre a península coreana e a China) desde a Guerra da Coréia (1950-53). A Coréia do
Sul afundou um navio norte-coreano e diz ter danificado outros.
Segundo o porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Cha
Young-koo, quatro barcos de patrulha e três torpedeiros da Coréia
do Norte invadiram águas da Coréia do Sul e atiraram contra barcos de patrulha às 9h25 de ontem
(21h25 de segunda em Brasília).
Foi o pior incidente entre os países desde dezembro, quando a Coréia do Sul afundou um barco espião norte-coreano no sul da península da Coréia. Segundo informações obtidas pela rede de TV
CNN com autoridades dos EUA,
pelo menos 30 norte-coreanos teriam sido mortos e 70 feridos.
"A Coréia do Norte é claramente
responsável pelo incidente. Pedimos que parem com essas invasões
e que resolvamos nossos problemas pelo diálogo", disse o porta-voz sul-coreano.
A TV estatal da Coréia do Norte
afirmou que o incidente se deu por
provocação dos EUA e da Coréia
do Sul. Segundo a emissora, os
bombardeios da Otan contra a Iugoslávia seriam um ensaio para o
reinício da guerra nas Coréias.
Os EUA lideram tropas da ONU
que patrulham a linha de trégua
estabelecida entre os dois países
em 1953. Tecnicamente, as Coréias
ainda estão em guerra. Há cerca de
37 mil soldados dos EUA na região. Além da linha terrestre, a
ONU demarcou em 1953 uma zona
marítima de segurança.
"A zona de segurança foi claramente violada pela Coréia do Norte", afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos
EUA, Mike Hammer.
O ex-secretário de Defesa dos
EUA William Perry, que está fazendo um relatório sobre as Coréias para o presidente Bill Clinton, disse no mês passado, em
Seul, que existia a possibilidade de
uma "expansão" das relações entre
os EUA e a Coréia do Norte.
O atual governo sul-coreano tem
demonstrado interesse de aproximação com o norte. Ontem, Seul
declarou que a política de aproximação entre os dois países não foi
prejudicada pelo incidente.
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