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MAR MEDITERRÂNEO
Aliança militar exorta marroquinos a deixar ilha "ocupada" na semana passada, mas ainda não age
Otan apóia Espanha em rixa com Marrocos
DA REDAÇÃO
A Otan (aliança militar ocidental) deu ontem seu apoio incondicional à Espanha na disputa que
envolve a ilha de Perejil (para os
marroquinos, Leila), localizada
perto da costa de Marrocos, e
exortou o governo marroquino a
retirar seus militares da ilha.
Um porta-voz da entidade afirmou que a aliança ainda não tinha
recebido nenhum pedido formal
de ajuda da Espanha até então e
que, portanto, nenhuma medida
concreta tinha sido tomada.
"Consideramos a ação do governo marroquino pouco amistosa. Ela abala o status quo e é contrária ao tratado de amizade e de
cooperação assinado pela Espanha e por Marrocos em 1991",
afirmou o porta-voz da Otan.
Marrocos e a Espanha trocam
alfinetadas diplomáticas desde a
semana passada, quando militares marroquinos desembarcaram
na ilha, que, na verdade, é uma rocha de 300 metros de comprimento e se situa perto do estreito
de Gibraltar. Rabat diz que a tomada da ilha é um "fato consumado" e que não chamará de volta seus militares por enquanto.
Madri, por outro lado, sustenta
que não aceitará a "ocupação" de
parte de seu território. O governo
espanhol enviou quatro navios de
guerra à região para proteger seus
encraves de Ceuta, localizado a
poucos quilômetros de Perejil (no
norte da África), e de Melilla.
"Acreditamos que o status quo
deva ser imediatamente restabelecido. Isso interessa a todas as
partes envolvidas na questão. A
Espanha tem nosso apoio, mas
seu governo disse que pretende
resolver o problema com Marrocos por meio de esforços diplomáticos", declarou o porta-voz da
aliança militar ocidental.
O ministro das Relações Exteriores de Marrocos, Mohamed
Benaissa, em seus primeiros comentários oficiais sobre o assunto, disse que seu país "não irá retirar seus militares do posto de observação em Leila por enquanto".
Ele afirmou também que Marrocos tinha enviado alguns militares à ilha para impedir casos de
imigração ilegal, de tráfico de drogas e de terrorismo. Segundo ele,
essas práticas não são incomuns
nos 20 quilômetros do estreito de
Gibraltar, que separa a Espanha
do norte da África.
A Otan tem forças permanentes
no mar Mediterrâneo. O comando dessas forças é rotativo. Atualmente, as forças são comandadas
por um navio britânico. Mas a Espanha tem um dos sete navios
que compõem a frota da aliança
no momento. Entretanto as forças da Otan não foram desviadas
para monitorar a disputa entre espanhóis e marroquinos. "Como
nossa participação no caso ainda não foi solicitada, ainda não fizemos nada", afirmou o porta-voz.
Os estatutos da Otan prevêem que, se um de seus membros for
atacado, a cláusula de defesa mútua poderá ser acionada. Assim, o
uso de força é permitido para "restabelecer a segurança e mantê-la", ainda de acordo com os estatutos da entidade.
Com agências internacionais
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