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VENEZUELA
Intelectuais e políticos do Brasil pedem voto para o presidente no plebiscito
Manifesto de apoio a Chávez
inclui Chico
DA REDAÇÃO
Uma comitiva brasileira deve
entregar neste fim de semana, em
Caracas, um manifesto de apoio
ao presidente venezuelano, Hugo
Chávez, que enfrenta em 15 de
agosto um plebiscito que pode tirá-lo do poder.
Subscrevem o documento, entre outros, o músico Chico Buarque, o escritor Fernando Morais,
o economista Celso Furtado, o arquiteto Oscar Niemeyer, os governadores Roberto Requião
(PMDB-PR) e Ronaldo Lessa
(PSB-AL), os conselheiros da República Aldo Lins e Silva e Almino
Afonso e o escritor Carlos Heitor
Cony, colunista da Folha. Ao todo, a lista contém 69 nomes.
O abaixo-assinado, intitulado
"Se eu fosse venezuelano, votaria
em Hugo Chávez", será entregue
por Morais, d. Tomás Balduíno,
presidente da Comissão Pastoral
da Terra, pelo ator Marcos Winter
e pelo pastor Ariovaldo Ramos.
Segundo Morais, a idéia era entregar um documento a Chávez
durante o encontro da Unctad,
em São Paulo, no mês passado,
mas o presidente venezuelano
acabou não vindo. "Inicialmente
era para ser uma coisa de dez, 20
nomes", disse à Folha.
O escritor afirmou que a iniciativa é apoiada por quatro "não-brasileiros": o lingüista Noam
Chomsky, o músico franco-espanhol Mano Chao, o escritor uruguaio Eduardo Galeano e o bispo
catalão d. Pedro Casaldáliga, de
São Félix do Araguaia (MT). "É
um ato apoio a ele, ao nome dele.
Leia a seguir a íntegra da carta.
Os brasileiros que assinam este
manifesto querem expressar sua
solidariedade à luta que vêm livrando o presidente Hugo Chávez
e o povo venezuelano pelo direito
de decidir seu destino. Ao mesmo
tempo, denunciam a manipulação dos fatos orquestrada por
grandes monopólios de comunicação para pintar como tirano um
governante que cumpre à risca a
lei e a Constituição.
Hugo Chávez foi o vencedor de
eleições democráticas, em dezembro de 1998. Cumprindo o que
prometera em campanha, desde
então vem realizando profundas
transformações no sistema político, econômico e social de um país
há séculos dominado por oligarquias.
Levar a cabo essas mudanças
transformou o presidente Chávez
em alvo de uma guerra sem tréguas, movida por minorias políticas e econômicas da Venezuela,
com o apoio declarado de grandes
corporações empresariais e financeiras do exterior.
Somos testemunhas de seu
compromisso com a defesa dos
interesses populares e a determinação de aplicar a Constituição de
1999, construída pelo mais amplo
processo democrático.
A nova Carta venezuelana prevê
o dispositivo constitucional do referendo revogatório, marcado para o próximo dia 15 de agosto, instrumento inédito em nosso continente, ao qual poucos governantes teriam a coragem de se submeter, como fez o presidente Hugo
Chávez.
A democracia foi reforçada, e
agora os mesmos setores que já
recorreram ao golpe, à sabotagem, ao locaute e à mentira para
tentar derrotar o presidente Chávez vêem-se obrigados a aceitar os
marcos da luta institucional.
Estamos certos de que, no próximo dia 15 de agosto, o povo venezuelano será vitorioso e construirá uma pátria livre e justa, a
pátria com que sonhou Simón
Bolívar.
Por tudo isso, estamos aqui para
reafirmar: no dia 15 de agosto, se
fôssemos venezuelanos votaríamos em Hugo Chávez.
(FABIANO MAISONNAVE)
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