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ARGENTINA
Apoiados por ele vencem
Eleições fortalecem imagem de Kirchner
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
As eleições na Argentina no último domingo fortaleceram a imagem de Néstor Kirchner. Das cinco principais votações (na capital
e em quatro Províncias), quatro
tiveram como vencedores candidatos apoiados pelo presidente.
As vitórias mais importantes foram na cidade e na Província de
Buenos Aires, mas Kirchner também conseguiu eleger aliados nas
Províncias de Santa Cruz e Jujuy.
O Partido Justicialista (PJ), legenda do presidente, também obteve
maioria dos votos para renovar
parte da Câmara dos Deputados.
Para o cientista político Rosendo Fraga, "o resultado confirma
que Kirchner foi o principal ganhador, não apenas o PJ". Isso
porque, na capital, a vitória ficou
com o atual prefeito, Aníbal Ibarra, que não é peronista -originalmente, é da Frepaso-, mas teve o apoio de Kirchner.
Ibarra se reelegeu com 53,5%
dos votos válidos, contra 46,5%
de Maurício Macri, presidente do
Boca Juniors, que contou com
apoio da ala centro-direita do PJ,
ligada ao ex-presidente Carlos
Menem (1989-99).
Na Província de Buenos Aires, o
atual governador, Felipe Solá (PJ),
se reelegeu com 43,3% dos votos.
A vitória do presidente também
foi computada em Santa Cruz,
sua Província natal, onde o seu
candidato, Sergio Acevedo (PJ),
teve 71% dos votos. Em Jujuy,
Kirchner apoiava Eduardo Fellner (PJ), que venceu com 56%.
A única derrota foi na Província
do Chaco, onde o atual governador, Roy Nikisch, teve 53% dos
votos. O candidato de Kirchner,
Jorge Capitanich, ficou em segundo lugar, com 41,5%.
"Dois projetos diferentes disputavam espaço, e venceu o que teve
apoio do presidente", afirmou o
analista político Hugo Haime.
Pesquisa realizada pelo Ceop
(Centro de Estudos e Opinião Pública) e divulgada ontem pelo jornal "Clarín" mostra que o apoio
de Kirchner foi fundamental para
definir as vitórias de Ibarra e Solá.
Dos eleitores de Solá, 13,6% disseram que o escolheram por influência de Kirchner. Dos que votaram em Kirchner nas eleições
presidenciais, 61,4% optaram por
reeleger o governador.
A vitória política do presidente,
segundo os analistas, é fundamental para consolidar a governabilidade, que chegou a ser
questionada quando Menem desistiu de disputar o segundo turno
das eleições presidenciais, levando Kirchner ao poder com só 22%
dos votos. No primeiro turno,
Menem havia vencido com cerca
de 25%, mas as pesquisas de intenção de voto davam vitória final
a Kirchner com mais de 70%.
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