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São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2003

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ARGENTINA

Apoiados por ele vencem

Eleições fortalecem imagem de Kirchner

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

As eleições na Argentina no último domingo fortaleceram a imagem de Néstor Kirchner. Das cinco principais votações (na capital e em quatro Províncias), quatro tiveram como vencedores candidatos apoiados pelo presidente.
As vitórias mais importantes foram na cidade e na Província de Buenos Aires, mas Kirchner também conseguiu eleger aliados nas Províncias de Santa Cruz e Jujuy. O Partido Justicialista (PJ), legenda do presidente, também obteve maioria dos votos para renovar parte da Câmara dos Deputados.
Para o cientista político Rosendo Fraga, "o resultado confirma que Kirchner foi o principal ganhador, não apenas o PJ". Isso porque, na capital, a vitória ficou com o atual prefeito, Aníbal Ibarra, que não é peronista -originalmente, é da Frepaso-, mas teve o apoio de Kirchner.
Ibarra se reelegeu com 53,5% dos votos válidos, contra 46,5% de Maurício Macri, presidente do Boca Juniors, que contou com apoio da ala centro-direita do PJ, ligada ao ex-presidente Carlos Menem (1989-99).
Na Província de Buenos Aires, o atual governador, Felipe Solá (PJ), se reelegeu com 43,3% dos votos. A vitória do presidente também foi computada em Santa Cruz, sua Província natal, onde o seu candidato, Sergio Acevedo (PJ), teve 71% dos votos. Em Jujuy, Kirchner apoiava Eduardo Fellner (PJ), que venceu com 56%.
A única derrota foi na Província do Chaco, onde o atual governador, Roy Nikisch, teve 53% dos votos. O candidato de Kirchner, Jorge Capitanich, ficou em segundo lugar, com 41,5%.
"Dois projetos diferentes disputavam espaço, e venceu o que teve apoio do presidente", afirmou o analista político Hugo Haime. Pesquisa realizada pelo Ceop (Centro de Estudos e Opinião Pública) e divulgada ontem pelo jornal "Clarín" mostra que o apoio de Kirchner foi fundamental para definir as vitórias de Ibarra e Solá. Dos eleitores de Solá, 13,6% disseram que o escolheram por influência de Kirchner. Dos que votaram em Kirchner nas eleições presidenciais, 61,4% optaram por reeleger o governador.
A vitória política do presidente, segundo os analistas, é fundamental para consolidar a governabilidade, que chegou a ser questionada quando Menem desistiu de disputar o segundo turno das eleições presidenciais, levando Kirchner ao poder com só 22% dos votos. No primeiro turno, Menem havia vencido com cerca de 25%, mas as pesquisas de intenção de voto davam vitória final a Kirchner com mais de 70%.


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