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Presidente "ganha" de Santa Cruz, expulsa de praça chilena
DO ENVIADO A SANTIAGO
Pelo menos na praça Constitución, na qual fica a entrada do
Palácio de la Moneda, a turma
de Evo Morales derrotou a de
Santa Cruz de la Sierra e festejou a partida dos adversários
aos gritos de "que se vayan los
guevones" (baixo calão para falta de instrumentos do macho).
Os manifestantes dos dois lados foram se juntando na praça
por volta de 14h (15h em Brasília), à espera da chegada dos
participantes da cúpula. Numa
ponta, a turma de esquerda aos
gritos de "uh/ah/Evo não se
vá". No outro extremo, um pequeno grupinho da Juventude
Cruzenha e do Movimento Social-Cristão pedia "piedade para Pando" e exibia um cartaz
que dizia: "Evo = 80 mortos".
O grupo "evista", formado
por militantes da esquerda chilena, foi aos poucos se deslocando até ficar em frente aos
cruzenhos, aos quais gritavam:
"Vocês, fascistas, são todos terroristas".
Os anti-Evo alçavam os cartazes pedindo paz para a Bolívia. Os evistas gritavam "não
somos neutros, não somos pacifistas, queremos uma Bolívia
operária e socialista".
E exibiram cartaz anunciando a identidade: MPMR ou Movimento Popular Manuel Rodríguez, cisco do PC chileno
que adotou a luta armada na ditadura Pinochet e um dos movimentos cujos mililtantes comandaram o seqüestro do publicitário Washington Olivetto.
A turma de Santa Cruz insistia: "Unasul, escuta toda Bolívia". Os pró-Evo contra-atacavam "Alerta, alerta que caminha a espada de Bolívar pela
América Latina". Chega então a
La Moneda o presidente Hugo
Chávez, que se considera o portador da espada. O grupo explode de entusiasmo. Dois minutos depois, chega o brasileiro
Luiz Inácio Lula da Silva. Ninguém está prestando atenção,
empenhados os dois grupos em
sua guerra de slogans.
"Somos mais, somos mais",
canta a esquerda. São mesmo,
muitíssimos mais. Talvez por
isso, o grupo cruzenho recolhe
a bandeira verde-e-branca de
Santa Cruz, os cartazes que pedem "não mais mortos" e vão
embora.
(CR)
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