São Paulo, quarta-feira, 16 de setembro de 2009

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Hillary critica "corrida às armas" da Venezuela

Chanceler pede ao governo Chávez que seja transparente

DA REDAÇÃO

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, se disse ontem "preocupada" com o que considerou uma corrida armamentista na América do Sul, sobretudo em relação a "um certo número de compras venezuelanas", ao receber o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez.
A Venezuela "sobrepuja os outros países da América do Sul [na compra de armas] e certamente levanta questões sobre se haverá uma corrida armamentista na região", disse ela.
"Eles deveriam estar colocando em prática regras e mecanismos para garantir que essas armas não sejam desviadas para grupos insurgentes."
Há cerca de dois meses, a Colômbia afirmou ter encontrado em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) armamentos provenientes da Venezuela, gerando crise diplomática depois agravada pelo anúncio do pacto militar de Bogotá e Washington.
"A corrida [armamentista] está aí. É uma realidade", afirmou Vázquez. "Não apenas estamos preocupados com o avanço armamentista, como o rechaçamos por sua inconveniência. Não conduz a bom porto o desvio de verbas [do combate à pobreza na região]."
"Exortamos a Venezuela a ser transparente em suas compras e a ter clareza sobre seus objetivos", completou Hillary.
No último domingo, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou crédito russo de US$ 2,2 bilhões para a compra de 92 tanques e mísseis de 300 km de alcance, além de já ter gasto cerca de US$ 4,4 bilhões em quatro anos com 24 caças, helicópteros e 100 mil fuzis.
Chávez diz estar apenas aumentando a capacidade de defesa do país devido à ameaça do que considera crescente presença dos EUA na Colômbia.
De Quito (Equador), onde participou da reunião da União de Nações Sul-Americanas, o chanceler da Venezuela reagiu às declarações da americana.
Na opinião de Nicolás Maduro, as declarações de Hillary "não possuem sustentação política nem moral, porque são do governo dos EUA as sete bases militares. Em nenhum lugar do planeta se realiza" algo similar.
O acordo militar, que permitirá aos EUA utilizar as bases colombianas, está em vias de finalização. Foi anunciado em julho e originou a crise regional motivadora da cúpula.

Com agências internacionais



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