São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2011

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Vândalos ingleses tinham antecedentes

73% dos implicados na onda de violência no mês passado no país registram algum tipo de passagem pela Justiça

Dado reforça a tese do governo britânico de que os saques tiveram como pano de fundo a criminalidade comum

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

A grande maioria das pessoas que foram ouvidas pela Justiça por envolvimento na onda de saques e vandalismo registrada na Inglaterra no mês passado já tinha antecedentes criminais.
Mais de 3.000 foram presos após os quatro dias de tumultos em Londres e outras cidades. Desses, 1.715 já estiveram diante de um juiz.
O cruzamento de informações mostra que 73% deles já haviam sido previamente condenados ou repreendidos pela Justiça por cometerem delitos. Um em cada cinco tinham mais de 10 crimes em seus históricos, e há casos de alguns com mais de 50.
Para Kenneth Clark, ministro da Justiça, os dados confirmam que os tumultos foram atos de criminosos.
"Isso reforça que são necessárias mudanças radicais para garantir punição mais severa para aqueles que reincidem no crime", disse Clark.
A maioria é homem (90%) e jovem; 94% têm menos de 40 anos; 21%, menos de 18.
Os números foram divulgados no dia em que o ministro Iain Duncan Smith (Trabalho e Previdência) publicou artigo no "The Times" em que afirma que a classe média teve de pagar o preço por ter fechado os olhos para os problemas dos mais pobres.
Desde a onda de vandalismo, há uma discussão sobre as razões da violência, que começou após a morte de um homem de 29 anos pela polícia em Tottenham, bairro pobre no norte de Londres.
Analistas à esquerda culpam a desigualdade crescente e os cortes públicos. Já o primeiro-ministro, David Cameron, diz que é "pura criminalidade", provocada por uma crise moral.

REDES SOCIAIS
Ontem foram ouvidos no Parlamento representantes do Twitter, Facebook e o fabricante dos telefones BlackBerry. Para a polícia, os sites e o serviço de mensagens do "smartphone" foram usados para organizar saques.
Stephen Bates, diretor da fabricante do BlackBerry, afirmou que algumas pessoas podem ter usado o serviço de mensagem com más intenções, mas que a grande maioria respeita a lei.
Já Richard Allan, diretor do Facebook na Europa, afirmou que sua rede é muito pública para ser utilizada para promover ações ilegais.



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