São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2011

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Fórum promovido por governo reúne 'oposição light'

DO ENVIADO A DAMASCO

Um complexo hoteleiro nos arredores de Damasco abriga o que o regime sírio apresenta ao mundo como sua resposta às demandas da oposição por democracia: o "Diálogo Nacional".
Em torno de uma enorme mesa redonda, sentam-se representantes de vários setores da sociedade, de líderes comunitários e sindicais a chefes de clãs e minorias. Há até grupos oposicionistas.
Mas as críticas ao regime são raras e, quando ocorrem, a retórica está muitos decibéis abaixo do grito enfurecido dos manifestantes nas ruas. É uma oposição "light".
Nassib Azar, veterano jornalista que diz integrar um grupo de direitos humanos, é a figura de oposição mais proeminente do encontro. Mas suas palavras são tão calculadas que o resultado é um discurso quase dócil.
Sob o olhar vigilante de membros do regime, ele enumera suas reivindicações no encontro: a abolição do artigo 8º da Constituição, que impõe o sistema de partido único no país, e a libertação dos presos políticos.
No mesmo fôlego, Azar começa a criticar a violência dos manifestantes. Num tom parecido ao do regime, acusa-os de ter financiamento de "estrangeiros hostis" à Síria.
Líder de uma comunidade druza na fronteira com Israel, Hamad Eimad segue o script. "Todos apoiamos o presidente Assad. Esses manifestantes querem uma guerra civil, mas não vamos permitir isso". (MN)



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