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PRÊMIO
Médicos sem Fronteiras recebe Nobel da Paz
FÁTIMA GIGLIOTTI
de Paris
A ONG (organização não-governamental) Médicos sem Fronteiras recebeu ontem o Prêmio
Nobel da Paz de 1999 "por sua
ajuda humanitária em vários continentes".
A organização foi fundada por
um grupo de médicos franceses
em dezembro de 1971 para tratar
doentes e combater violações aos
direitos humanos onde elas ocorram.
O comitê do prêmio disse que
recompensou o princípio básico
do grupo, de que "todas as vítimas de desastres de origem humana ou natural têm direito a
uma assistência profissional realizada com rapidez e com a maior
eficiência possível".
O comitê concedeu um prêmio
em dinheiro no valor de US$ 980
mil.
Para o presidente do Conselho
Internacional da organização, o
canadense James Orbinskyele, o
prêmio é um reconhecimento
não apenas pela ação humanitária
da instituição em 80 países, mas
também por sua independência
em relação a Estados, Exércitos,
influências econômicas, religiosas
ou de outra natureza.
"O Nobel é um prêmio para a
dignidade do homem, que nós
perseguimos sem obedecer a nenhuma lei ou política", afirmou à
Folha o canadense Orbinsky.
Cerca de 10 mil voluntários já
deram sua contribuição a seu trabalho humanitário.
Atualmente, há cerca de 2.000
atuando nas unidades da instituição em 80 países, entre eles o Brasil, onde a organização tem missões no Rio e em Manaus.
Há missões em 19 áreas de conflito, entre elas Timor Leste, Iugoslávia e Angola. A missão que
atuava na região russa da Tchetchênia deixou o local por avaliar
que havia risco de morte para os
voluntários.
Na Tailândia, em 1975, foi criada a primeira missão da instituição para ajudar refugiados de
guerra. No Líbano, em 1976, a entidade deu início a suas "missões
de guerra", em áreas conflituosas.
Com um orçamento anual de
cerca de US$ 250 milhões, a organização recebe doações de pessoas físicas e jurídicas.
Cerca de 80% desse orçamento
é utilizado com os programas,
que podem ser de guerra, de atendimento a refugiados, de vacinação (em casos de epidemias), de
reconstrução (em caso de catástrofes naturais) e de formação de
agentes de saúde.
A organização gasta 8% de seus
recursos com captação de fundos,
7% com a administração geral da
instituição e 3% com campanhas
de sensibilização.
Para ser voluntário da Médicos
sem Fronteira, o critério de aprovação é basicamente a motivação,
afirma Pascal Frenaut, responsável pelo marketing do grupo.
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