|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEQUESTRO NO AR
Rápido desfecho é considerado triunfo diplomático do Iraque
Avião saudita chega hoje a Londres
JOSÉLIA AGUIAR
DE LONDRES
Os 108 passageiros e membros
da tripulação do vôo saudita que
foi sequestrado no último sábado
e levado para Bagdá, no Iraque, só
devem desembarcar hoje em
Londres, o seu destino final, dois
dias depois do previsto -o avião
deveria ter pousado na capital inglesa às 17h40 (14h40 de Brasília)
de sábado.
Depois de passar o domingo inteiro à espera do vôo de volta no
Iraque, os passageiros só voaram
ontem à noite para a Arábia Saudita e só devem chegar hoje ao
Reino Unido.
A razão da espera não foi esclarecida, mas acredita-se que as autoridades sauditas estivessem
preocupadas com a possibilidade
de que ainda houvesse explosivos
na aeronave.
Os dois sequestradores foram
presos pela polícia iraquiana. Em
entrevista à TV de Bagdá, disseram que eram dissidentes sauditas e que o objetivo da ação foi
chamar a atenção para a violação
dos direitos humanos na Arábia
Saudita. Eles disseram que escolheram o Iraque por ser o único
país da região que não está ligado
aos Estados Unidos.
Durante a ação terrorista, os
passageiros não souberam o que
ocorria. A tripulação permaneceu
calma e não houve sinais de violência. Por isso, só perceberam
que haviam saído de sua rota para
Londres quando o avião aterrissou em Bagdá.
Desfecho
O Boeing 777-200 da Saudi Arabian Airlines saíra de Jidá, na Arábia Saudita, na manhã de sábado,
em direção à capital inglesa, mas
teve de desviar pouco depois de
cruzar o espaço aéreo egípcio.
Os dois sequestradores, que
ameaçavam explodir o avião, exigiram que o piloto pousasse em
Bagdá, capital iraquiana. A aeronave sobrevoou Damasco, a capital síria, onde a princípio esperava-se que fosse pousar.
As autoridades iraquianas negociaram com os sequestradores
e conseguiram que os passageiros
e a tripulação fossem libertados
menos de uma hora depois do
pouso da aeronave em Bagdá, na
noite de sábado.
Não ficou claro como as autoridades iraquianas negociaram o
fim do sequestro.
"Nós fizemos o que era preciso
para acalmar a situação", disse o
ministro do Interior do Iraque,
Tahar Jalil Habbush.
Triunfo
Ontem, alguns analistas avaliaram que o rápido desfecho poderia ser considerado um triunfo diplomático do Iraque, que está sob
sanção das Nações Unidas desde
a invasão do Kuait, em 90.
Tecnicamente, o pouso do avião
saudita no Iraque quebrou o embargo aéreo.
Na manhã de ontem, o chanceler britânico, Robin Cook, afirmou que não iria agradecer ao
Iraque por ter resolvido a crise
porque os países tinham "obrigação" de prevenir atos terroristas.
O avião sequestrado incluía 40
passageiros britânicos, 15 sauditas, 15 paquistaneses e o resto de
outras nacionalidades. Havia um
norte-americano e um membro
da família real saudita.
Texto Anterior: Encontro não deve ir além de um acordo de cessar-fogo Próximo Texto: Crimes: Homicídio nos EUA cai pelo 8º ano seguido Índice
|