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ALIANÇA MILITAR
Continente deve criar força de intervenção, com pelo menos 40 mil homens, para casos de emergência
Europeus discutem "Exército comum"
FÁTIMA GIGLIOTTI
de Paris
Pela primeira vez desde a criação da União Européia (UE), os
ministros das Relações Exteriores
e da Defesa dos 15 países-membros reuniram-se ontem, em Bruxelas (Bélgica), para discutir um
projeto de "Exército comum" que
garanta a independência européia
dos norte-americanos, em termos
de defesa.
Os 30 ministros começaram a
avaliar a composição de uma força militar própria, capaz de operações de emergência e de manutenção da paz em situações de crise, a partir de uma proposta apresentada pelo Reino Unido.
Segundo essa proposta, até o final de 2003 deveria ser criada
uma força de reação rápida de ao
menos 40 mil homens, que permitiria à União Européia ter tropas, apoiadas por navios e aviões,
para intervir quando necessário
na região e nas áreas próximas às
fronteiras dos 15 países.
Seria necessário que cada membro colocasse à disposição homens e equipamentos para compor a força militar, que seria o embrião de um Exército europeu.
A proposta britânica, que já tem
o apoio da França e da Alemanha,
respeita a hierarquia da Otan
(aliança militar ocidental), responsável pela defesa territorial na
Europa.
Em abril, os dirigentes da aliança deram sinal verde à criação de
um pilar europeu de defesa ao autorizar a União da Europa Ocidental (UEO), o braço militar da
União Européia, a utilizar meios
militares da Otan para uma operação de manutenção de paz.
Para a França, a União Européia
deve criar condições para ser capaz de avaliar as situações de crise, planejar e conduzir as operações militares, ter forças de combate capazes de sustentar operações de longa duração e manter
um relacionamento de alto nível
entre os Exércitos nacionais.
Para efetivar o projeto de constituição da Identidade Européia
de Segurança e de Defesa (Iesd), é
necessária a criação de um comitê
militar e de um comitê político e
de segurança na União Européia.
Para coordenar esse processo, o
espanhol Javier Solana deverá assumir na próxima semana a secretaria geral da UEO, a organização européia competente para decisões em matéria de defesa. Solana deve promover a integração
entre a UEO e a União Européia e
sua articulação com as demais
instituições européias até o final
de 2000.
A reunião de ontem antecede a
cúpula européia de Helsinque,
que, em dezembro, deve estabelecer o calendário definitivo do processo que vai dar à União Européia capacidade de intervenção
militar nas crises regionais.
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