São Paulo, Terça-feira, 16 de Novembro de 1999 |
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CÚPULA IBERO-AMERICANA Líderes de Portugal, Espanha e da América Latina encontram dissidentes na ilha de Fidel Oposição cubana recebe apoio externo
das agências internacionais A oposição política ao ditador cubano, Fidel Castro, recebeu ontem apoio sem precedentes de líderes estrangeiros que estão no país participando da 9ª Cúpula Ibero-Americana . Governantes de Portugal, Espanha e de países da América Latina se encontraram com dissidentes. Foi a primeira vez que líderes estrangeiros dialogaram com manifestantes anticastristas em solo cubano. Fidel bem que tentou impedir que a oposição tirasse proveito da cúpula. Na semana passada, uma blitz resultou na prisão de cerca de 40 dissidentes. O ditador disse que essas pessoas estariam a serviço dos EUA, que estariam tentando "sabotar" a cúpula promovendo esses encontros. O premiê e o presidente de Portugal, António Guterres e Jorge Sampaio, se reuniram no domingo com Elizardo Sanchez, um dos veteranos dissidentes mais conhecidos. Ontem, conversaram com mais três militantes. O chefe de governo da Espanha, o primeiro-ministro José María Aznar, crítico feroz do regime comunista de partido único de Cuba, também falou com Sanchez, além de encontrar familiares de prisioneiros políticos. "Precisamos continuar a fazer coisas a favor das liberdades", disse Aznar, cuja posição política tem esfriado as relações diplomáticas entre Havana e Madri. E não foram apenas os europeus que desafiaram Fidel em sua própria ilha. Fizeram o mesmo líderes de Panamá, Nicarágua, Costa Rica, Uruguai e México. O chanceler mexicano, Rosario Green, de país tradicionalmente aliado de Fidel, também se encontrou com Sanchez -foi a primeira reunião de uma alta autoridade do México com um dissidente. "O governo ainda nos trata como "não-pessoas". Agora, sendo recebidos por essas autoridades importantes, elas estão dizendo que devemos ser tratados como pessoas", disse Sanchez. Fidel Castro sofre críticas por manter opositores presos e proibir a liberdade de imprensa e de expressão. A militância pela democracia na ilha é centrada principalmente na comunidade cubana exilada em Miami (EUA). Cuba adotou a política de não interferir nas reuniões entre líderes estrangeiros e dissidentes. Segundo fontes do governo, Havana quer passar a impressão de que não está incomodada com as atividades "contra-revolucionárias" em seu território. "Já mantivemos o poder por 40 anos, e sobrevivemos a coisas bem piores anteriormente", disse um alto funcionário do regime à agência de notícias "Reuters". Texto Anterior: Caixa-preta não explica acidente Próximo Texto: Conflito: Colômbia negocia cessar-fogo com guerrilha para fim-de-ano Índice |
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