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TCHETCHÊNIA
Faltam água e comida na sitiada Grozni
MARIA EISMONT
da "Reuters", em Grozni
Milhares de civis na capital
tchetchena, que está completamente cercada pelos russos, estão
vivendo em escuros porões aquecidos apenas por fogões a lenha,
enquanto a cidade treme com as
explosões contínuas.
A comida está acabando e muitos têm recorrido às pombas para
continuar se alimentando.
Poucas pessoas têm conseguido
utilizar os dois corredores que foram abertos pelos russos para que
os civis deixem a cidade.
Durante o dia as ruas ficam praticamente vazias, mas moradores
saem dos seus abrigos nas pausas
da artilharia russa para recolher
lenha, procurar água, também em
falta, e negociar num mercado.
"Como podemos sair? Estes
corredores são uma mentira. Nós
não acreditamos nisso", afirmou
Galia, uma mulher jovem, que está com sua filha de 7 anos em uma
barraca utilizada para comércio.
"Eles dizem que pessoas tentaram sair e foram mortas. Melhor
morrer aqui que morrer na estrada", afirmou.
Novas informações de combates dentro e ao redor da cidade
têm chegado. Um site de Internet
mantido pelos rebeldes diz que os
enfrentamentos com os russos já
estão ocorrendo em cinco distritos da capital.
O comandante rebelde tchetcheno Lechi Islamov disse à agência de notícias "Reuters" em
Grozni que mais de 7.000 guerrilheiros estão preparados para defender a cidade.
A Rússia diz que o número de
civis que ainda estão em Grozni
fica entre 8.000 e 30.000, mas outras fontes mostram estimativas
maiores. O ministro de Situações
de Emergência russo, Serguei
Shoigu, disse que está disposto a
se encontrar com o líder tchetcheno, Aslan Maskhadov, mas para
tratar apenas da retirada dos civis
de Grozni.
Maskhadov também manifestou disposição para iniciar as negociações com os russos, mas diz
que a questão da "independência" tchetchena não será colocada
em discussão.
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