São Paulo, Quinta-feira, 16 de Dezembro de 1999


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TCHETCHÊNIA
Faltam água e comida na sitiada Grozni

MARIA EISMONT
da "Reuters", em Grozni

Milhares de civis na capital tchetchena, que está completamente cercada pelos russos, estão vivendo em escuros porões aquecidos apenas por fogões a lenha, enquanto a cidade treme com as explosões contínuas.
A comida está acabando e muitos têm recorrido às pombas para continuar se alimentando.
Poucas pessoas têm conseguido utilizar os dois corredores que foram abertos pelos russos para que os civis deixem a cidade.
Durante o dia as ruas ficam praticamente vazias, mas moradores saem dos seus abrigos nas pausas da artilharia russa para recolher lenha, procurar água, também em falta, e negociar num mercado.
"Como podemos sair? Estes corredores são uma mentira. Nós não acreditamos nisso", afirmou Galia, uma mulher jovem, que está com sua filha de 7 anos em uma barraca utilizada para comércio.
"Eles dizem que pessoas tentaram sair e foram mortas. Melhor morrer aqui que morrer na estrada", afirmou.
Novas informações de combates dentro e ao redor da cidade têm chegado. Um site de Internet mantido pelos rebeldes diz que os enfrentamentos com os russos já estão ocorrendo em cinco distritos da capital.
O comandante rebelde tchetcheno Lechi Islamov disse à agência de notícias "Reuters" em Grozni que mais de 7.000 guerrilheiros estão preparados para defender a cidade.
A Rússia diz que o número de civis que ainda estão em Grozni fica entre 8.000 e 30.000, mas outras fontes mostram estimativas maiores. O ministro de Situações de Emergência russo, Serguei Shoigu, disse que está disposto a se encontrar com o líder tchetcheno, Aslan Maskhadov, mas para tratar apenas da retirada dos civis de Grozni.
Maskhadov também manifestou disposição para iniciar as negociações com os russos, mas diz que a questão da "independência" tchetchena não será colocada em discussão.


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