São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

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EUA processam BP por megavazamento

Meta é obter compensação financeira e ambiental por explosão no golfo do México

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

O governo americano entrou com ação civil na Justiça contra a petroleira BP e outras oito companhias pelo vazamento de óleo na região do golfo do México.
Com a medida, o governo pretende recuperar os bilhões gastos com a remoção do petróleo e também ser compensado pelos prejuízos provocados (inclusive os danos à natureza) no maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos, ocorrido em abril.
A ação, que foi ingressada na Justiça de Nova Orleans (uma das regiões mais prejudicadas pelo vazamento), não estabelece um valor específico de reparação.
O governo quer que as empresas sejam consideradas responsáveis, sem um limite de valor, pelos prejuízos.
O secretário da Justiça, Eric Holder, afirmou que a ação alega que "violações das regulações de segurança e operacionais" causaram a explosão de 20 de abril.
No acidente, 11 trabalhadores morreram e quase cinco milhões de barris vazaram pelo golfo do México, segundo as estimativas governamentais.
"Nós pretendemos provar que essas violações causaram ou contribuíram para o enorme derramamento de petróleo e que os acusados são, portanto, responsáveis, segundo o Ato de Poluição de Petróleo [lei ambiental americana], pelas perdas governamentais com a remoção, pelas perdas econômicas e também pelos danos ambientais", disse Holder.
Além disso, o Departamento da Justiça quer reparação segundo outra lei, o Ato de Águas Limpas, o que deve elevar os custos para as empresas em vários bilhões de dólares, caso sejam consideradas culpadas.
Na visão do governo americano, essa lei autoriza que os EUA cobrem das empresas US$ 1.100 em reparação por barril de petróleo derramado -valor que, em certas circunstâncias, pode chegar a US$ 4.300.

ACUSADAS
Além da BP, que é dona do poço, a ação envolve unidades da Anadarko, da Transocean, da MOEX Offshore, da Triton e da QBE Underwriting/Lloyd's Syndicate 1036.
A Halliburton, que projetou e colocou o cimento usado no poço, não aparece entre as acusadas, mas ainda existe a possibilidade de ser incluída futuramente.
"Tanto a nossa investigação civil como a criminal continuam", afirmou Holder.


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