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Tribunal acusa líderes quenianos por matança
Presidente e premiê são excluídos de lista
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A Promotoria do Tribunal
Penal Internacional acusou
ontem seis líderes quenianos
por envolvimento no massacre de ao menos 1.000 pessoas após a eleição presidencial no país em 2007.
Porém, membros do Parlamento e da sociedade do
Quênia criticaram o fato de
os nomes do presidente
Mwai Kibaki e do premiê Raila Odinga não estarem na lista de acusados.
A onda de violência começou logo após Kibaki ser declarado eleito em dezembro
de 2007, em um pleito que
partidários de Odinga afirmaram ter sido fraudado.
Ambos foram forçados a
um governo de coalizão para
acabar com a violência, mas
têm relação tensa.
Na época, membros dos
partidos dos dois políticos se
enfrentaram nas ruas do
Quênia. Uma igreja foi incendiada com dezenas de pessoas dentro. Mais de 600 mil
quenianos foram forçados a
deixar suas casas.
O promotor Luis Moreno
Ocampo acusa de crimes
contra a humanidade -entre
eles homicídios, estupro e
tortura- partidários ligados
aos dois políticos.
Sediada em Haia (Holanda), o TPI é uma corte internacional, estabelecida pela
ONU para julgar crimes contra a humanidade.
O ex-ministro William Ruto (Educação), o ministro da
Industrialização, Henry Kosgey, e o radialista Joshua
Sang, ligados a Odinga, são
acusados de matar e expulsar partidários de Kibaki do
vale Rift (170 km da capital,
Nairóbi).
O vice-premiê Uhuru Kenyatta -filho do herói da independência do país, Jomo
Kenyatta-, o chefe de gabinete Francis Mathauara e o
ex-comissário de polícia, general Mohammed Hussein
Ali, são os acusados do partido de Kibaki.
Eles teriam cometido assassinatos, deportações, perseguições e estupros contra
partidários de Odinga em retaliação à ação no vale Rift.
Autoridades locais reforçaram a segurança nas ruas
devido a possíveis protestos
nos próximos dias.
"Por que os nomes de Kibaki e Raila [Odinga] não estão na lista? Eles são os maiores criminosos", disse o estudante Wangari Kamau.
Para o parlamentar Samuel Kazungu, os seis acusados "são os mensageiros".
Moreno Ocampo afirmou
que não encontrou evidências suficientes para acusar
Odinga e Kibaki.
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