São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

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Acordo tira sem-teto de parque em Buenos Aires

Local estava ocupado por 6.000 há oito dias

DA FRANCE PRESSE

Cerca de 6.000 sem-teto, a maioria imigrantes, desocuparam ontem um parque em Buenos Aires após o anúncio de um plano de moradia que pôs fim a um conflito que já durava oito dias e teve saldo de ao menos três mortos.
O parque Indoamericano, o segundo maior da capital argentina, foi o epicentro do protesto de sem-teto argentinos, bolivianos e paraguaios no qual se registrou violentos choques com vizinhos de classe média -com civis armados infiltrados entre eles.
A desocupação do local foi possível após os governos federal e da capital -politicamente opostos- terem anunciado, na noite de anteontem, um plano de construção de moradias do qual não poderá participar quem tiver ocupado terrenos públicos.
O projeto será custeado pelos dois governos.
O ministro do Interior, Florencio Randazzo, celebrou que, com "paciência, inteligência e serenidade", conseguiu-se "desativar o conflito" no Indoamericano.
Além disso, ele afirmou que houve "uma intenção clara de gerar um clima de ansiedade e de instabilidade" para prejudicar o governo da presidente Cristina Kirchner.
A acusação não foi negada por um dos líderes do protesto, Alejandro Salvatierra.

MORTES
Salvatierra disse ainda, a uma emissora de rádio, que os sem-teto se reunirão no fim de semana para definir um modo de fiscalizar o cumprimento do plano e para cobrar a apuração das mortes de dois bolivianos e um paraguaio durante choques com a polícia na sexta-feira.
Uma dezena de policiais federais foi afastada do cargo devido à dura repressão exercida contra os ocupantes do parque, o que levou o governo a criar o Ministério da Segurança.
A ministra indicada para a pasta, Nilda Garré -até agora ministra da Defesa-, faria uma "limpeza" nos efetivos policiais, segundo a imprensa argentina.
Apesar de o parque Indoamericano ter sido desocupado, o protesto se mantém, porém, em outros prédios de Buenos Aires e de sua povoada periferia.
Estima-se que aproximadamente 1,8 milhões de habitantes de origem boliviana e um número parecido de paraguaios estão radicados na Argentina. Trata-se das duas maiores populações estrangeiras existes no país.


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