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Acordo tira sem-teto de parque em Buenos Aires
Local estava ocupado por 6.000 há oito dias
DA FRANCE PRESSE
Cerca de 6.000 sem-teto, a
maioria imigrantes, desocuparam ontem um parque em
Buenos Aires após o anúncio
de um plano de moradia que
pôs fim a um conflito que já
durava oito dias e teve saldo
de ao menos três mortos.
O parque Indoamericano,
o segundo maior da capital
argentina, foi o epicentro do
protesto de sem-teto argentinos, bolivianos e paraguaios
no qual se registrou violentos
choques com vizinhos de
classe média -com civis armados infiltrados entre eles.
A desocupação do local foi
possível após os governos federal e da capital -politicamente opostos- terem anunciado, na noite de anteontem, um plano de construção
de moradias do qual não poderá participar quem tiver
ocupado terrenos públicos.
O projeto será custeado pelos dois governos.
O ministro do Interior, Florencio Randazzo, celebrou
que, com "paciência, inteligência e serenidade", conseguiu-se "desativar o conflito"
no Indoamericano.
Além disso, ele afirmou
que houve "uma intenção
clara de gerar um clima de
ansiedade e de instabilidade" para prejudicar o governo da presidente Cristina
Kirchner.
A acusação não foi negada
por um dos líderes do protesto, Alejandro Salvatierra.
MORTES
Salvatierra disse ainda, a
uma emissora de rádio, que
os sem-teto se reunirão no
fim de semana para definir
um modo de fiscalizar o cumprimento do plano e para cobrar a apuração das mortes
de dois bolivianos e um paraguaio durante choques com
a polícia na sexta-feira.
Uma dezena de policiais
federais foi afastada do cargo
devido à dura repressão exercida contra os ocupantes do
parque, o que levou o governo a criar o Ministério da Segurança.
A ministra indicada para a
pasta, Nilda Garré -até agora ministra da Defesa-, faria
uma "limpeza" nos efetivos
policiais, segundo a imprensa argentina.
Apesar de o parque Indoamericano ter sido desocupado, o protesto se mantém, porém, em outros prédios de
Buenos Aires e de sua povoada periferia.
Estima-se que aproximadamente 1,8 milhões de habitantes de origem boliviana e
um número parecido de paraguaios estão radicados na
Argentina. Trata-se das duas
maiores populações estrangeiras existes no país.
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