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Atentados matam mais de cem no Iraque
Estudo da ONU situa em 34.452 número de civis mortos em 2006, quase o triplo da estimativa do governo iraquiano
No pior ataque de ontem,
carros-bomba mataram 65 perto de universidade em Bagdá; premiê atribuiu os
atentados a "saddamistas"
Ahmad al Rubaye/Associated Press
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Idoso passa por local onde explodiram dois carros-bomba em Bagdá; governo iraquiano considerou números da ONU "imprecisos"
DA REDAÇÃO
Pelo menos 109 pessoas morreram em atentados cometidos
ontem em Bagdá, no mesmo
dia em que as Nações Unidas
divulgaram um estudo que estima em 34.452 o número de civis mortos de forma violenta no
ano passado no Iraque. O ataque mais sangrento de ontem
ocorreu perto de uma universidade da capital, onde duas explosões deixaram 65 mortos.
Foi o dia mais violento neste
ano no Iraque, cujo governo se
prepara para implementar um
plano de segurança em Bagdá
que é o ponto central da nova
estratégia dos EUA para o país.
Os piores atentados ocorreram em áreas predominantemente xiitas, como a da universidade Al Mustansiriya, onde
duas vans explodiram no momento em que os estudantes
embarcavam. Cerca de 45 minutos depois, homens armados
abriram fogo contra um mercado aberto no oeste da capital,
deixando 11 mortos.
O premiê Nuri al Maliki atribuiu o atentado na universidade a "terroristas e saddamistas"
em busca de vingança pelo enforcamento, na segunda-feira,
de dois membros do regime de
Saddam Hussein. Assim como
o ditador, executado no dia 30
de dezembro, os dois foram
condenados por crimes contra
a humanidade pelo assassinato
de 148 xiitas em 1982.
Triplo de mortes
O número de civis mortos em
2006 divulgado ontem no estudo da ONU é quase três vezes
maior que o da estimativa oficial, anunciada no início do mês
pelo governo iraquiano, de
12.357. De acordo com Gianni
Magazzeni, chefe da Missão de
Assistência da ONU para o Iraque, o novo cálculo foi baseado
em informações do governo e
de hospitais e necrotérios.
O estudo da ONU situa ainda
em 36.685 o número de feridos
no ano passado e em 30.842 os
detidos, incluindo 14.534 em
instalações administradas pelo
Exército americano. O relatório traça um panorama sombrio de um país em que a violência causou sérios distúrbios
à educação, forçando escolas e
universidades a fechar.
Várias organizações internacionais se dedicam a calcular o
número de vítimas da violência
no Iraque, cada uma com critérios (e resultados) diferentes.
Em outubro do ano passado,
um estudo da Universidade
Johns Hopkins (EUA), com base em amostragem estatística
extraída de entrevistas com iraquianos, sugeriu que 655 mil
iraquianos foram mortos desde
a invasão, em 2003. Para o Iraq
Body Count, que usa como fonte registros de mortes feitos pela imprensa, o número está entre 53.800 e 59 mil.
O governo iraquiano rejeitou
o relatório da ONU. "Eles podem estar colhendo os números de opositores do governo ou
dos americanos. Eles não são
precisos", disse Hakem al Zamili, vice-ministro da Saúde.
Com agências internacionais
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