São Paulo, domingo, 17 de janeiro de 2010

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entrevista

"Tentamos mostrar Frei como estadista"

DO ENVIADO A SANTIAGO

O jornalista Juan Carvajal, 57, deixou o governo Michelle Bachelet um dia após o primeiro turno da eleição presidencial, em dezembro. Como parte do esforço governista pela candidatura de Eduardo Frei, trocou a Secretaria de Comunicações do governo pela chefia da mesma área na campanha.
À Folha Carvajal reconheceu que a propaganda do primeiro turno escondeu o candidato e disse que a campanha cresceu ao incorporar propostas de setores dissidentes da esquerda.

 

FOLHA - Quais foram os eixos da campanha de Frei?
JUAN CARVAJAL
- O segundo turno é um processo curto, um mês. Nosso objetivo foi mostrar o candidato. Apresentá-lo em sua dimensão de estadista e gerar a ideia de que não dá no mesmo quem governe.

FOLHA - Então não mostraram o candidato o suficiente?
CARVAJAL
- Faltou mais exibição, e isso não tem a ver com Frei, mas com o desenrolar da campanha.

FOLHA - Quais foram os momentos-chave da campanha?
CARVAJAL
- No segundo turno, em propostas, o anúncio da reforma tributária e do reconhecimento do papel do Estado em direitos básicos. Em política, Frei anunciando que vai montar governo com autonomia ante os partidos. O debate, que o mostrou como um grande líder, e o programa de TV que ajudou a levar otimismo e energia aos partidários da Concertação.

FOLHA - Como buscaram os votos de Ominami?
CARVAJAL
- O programa de hoje de Frei tem muitas das propostas de Ominami, e isso resultou em que ele e seu pai, o senador Carlos Ominami, terminaram o apoiando.

FOLHA - Quais são as debilidades de Piñera?
CARVAJAL
- Sua falta de clareza até hoje sobre o tema de política e negócios. Ou se dedica aos serviços públicos ou aos negócios.

FOLHA - Por que Frei não venceu o primeiro turno?
CARVAJAL
- A principal razão é que houve outras candidaturas que representavam a sensibilidade que historicamente expressou a Concertação.


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