|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
REPRESSÃO
Enviada da ONU, que não tem permissão para entrar na ilha, diz que relatos apontam "condições alarmantes"
ONU ataca condições de presos em Cuba
DA REUTERS
Uma enviada da ONU a Cuba
disse ontem que dezenas de dissidentes cubanos detidos numa onda de repressão no início do ano
passado estão sendo mantidos
presos em condições alarmantes.
A magistrada francesa Christine
Chanet, indicada pelo Alto Comissariado para Direitos Humanos da ONU para investigar denúncias de abusos em Cuba, afirmou não ter tido resposta aos
apelos feitos ao ditador Fidel Castro pela anistia dos dissidentes.
Apesar do título de "enviada", recebido em janeiro de 2003, Chanet ainda não teve autorização para visitar a ilha caribenha.
Em seu primeiro relatório sobre
a situação dois dissidentes, Chanet disse ter recebido "informações especialmente alarmantes
sobre as condições de detenção
dessas pessoas".
Segundo essas informações, os
presos são transferidos com freqüência de uma prisão para outra,
muitas vezes para locais distantes
de onde vivem suas famílias, o
que dificulta as visitas. Além disso, eles são mantidos "sob condições físicas e psicológicas difíceis,
quer seja em celas isoladas ou
misturados a criminosos comuns", afirmou Chanet.
Protestos
Em abril do ano passado, Cuba
gerou protestos internacionais ao
condenar cerca de 75 dissidentes
-alguns deles com mais de 60
anos- a até 28 anos de prisão sob
a acusação de "conspirar com os
EUA para derrubar o governo comunista". Em resposta à onda repressora, a União Européia e vários países europeus suspenderam ou limitaram suas relações
econômicas com Cuba.
Chanet também criticou os
EUA pelo bloqueio econômico
imposto contra a ilha nos últimos
40 anos. "Não se pode ignorar os
efeitos desastrosos e persistentes
do embargo, em termos econômicos e sociais, sem falar no que
diz respeito aos direitos civis e políticos", escreveu.
O relatório, que será apresentado na sessão anual da Comissão
de Direitos Humanos da ONU,
em março, pede ao governo de Fidel Castro que conceda aos cidadãos direitos fundamentais, tais
como o de livre expressão, o de
reunião e o de deixar o país.
No ano passado, numa moção
submetida por quatro países latino-americanos (Peru, Nicarágua,
Costa Rica e Uruguai), a comissão
da ONU exortou Cuba a aceitar a
visita da enviada especial.
Mas Cuba acusou os países de
serem "lacaios" e disse que a comissão faria melhor em voltar sua
atenção às condições vigentes em
Guantánamo, a base naval norte-americana na ilha onde se encontram detidos suspeitos de integrarem a rede terrorista Al Qaeda e o
deposto regime extremista islâmico do Taleban (afegão).
Texto Anterior: França: Corte condena mais um aliado de Chirac Próximo Texto: Ásia: Paquistão e Índia iniciam negociações Índice
|