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Irmão de chanceler é preso na Colômbia
Álvaro Araújo está entre cinco parlamentares presos por ligação com paramilitares; irmã nega renúncia
DA REDAÇÃO
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, enfrenta nova crise
política interna, com a prisão
anteontem de cinco parlamentares suspeitos de vínculos com
os grupos paramilitares. Um
deles é irmão de sua ministra
das Relações Exteriores, María
Consuelo Araújo.
Uribe negou que pretenda
exonerar a ministra, mas está
em situação desconfortável,
diante de um novo indício de
que os paramilitares estão infiltrados em escalões próximos
de seu governo.
O senador Álvaro Araújo, irmão da ministra, integra agora
um grupo de oito parlamentares presos por se associarem às
milícias de extrema direita e
obterem ganhos indiretos das
pressões que elas exercem sobre o eleitorado, além de vantagens que tiram de seus vínculos
com narcotraficantes.
Araújo foi pela primeira vez
interrogado no ano passado,
quando a chanceler pela primeira vez se dispôs a deixar sua
pasta -o que Uribe, a exemplo
do que ocorreu ontem, não
aceitou. As prisões foram feitas
com base nos arquivos de um
computador apreendido em
mãos de um dos comandantes
paramilitares, conhecido como
Jorge ou Rodrigo Tovar. As informações foram cruzadas com
dados fornecidos por um outro
preso, Rafael García, ex-diretor
de informação dos serviços de
inteligência colombianos.
García argumenta que Tovar
comandou uma máquina de
fraude eleitoral para favorecer
seus aliados, entre os quais estaria o irmão da chanceler.
Os paramilitares mantêm
com o narcotráfico vínculos semelhantes aos das guerrilhas
de esquerda surgidas nos anos
60. No seu primeiro mandato,
iniciado em 2002, Uribe firmou
com as Autodefesas Unidas da
Colômbia, principal organização paramilitar, um acordo de
desmobilização que foi criticado por grupos de defesa dos direitos humanos.
A agência Reuters de notícias
afirma que as novas descobertas podem prejudicar a aprovação, pelo Congresso americano,
do acordo de livre comércio firmado entre Colômbia e EUA.
Apesar do escândalo dos paramilitares, Uribe, reeleito em
2006, mantém alta popularidade, com mais de 70% de aprovação, segundo pesquisa divulgada no início desta semana.
Com agências internacionais
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