São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 2007

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Irmão de chanceler é preso na Colômbia

Álvaro Araújo está entre cinco parlamentares presos por ligação com paramilitares; irmã nega renúncia

DA REDAÇÃO

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, enfrenta nova crise política interna, com a prisão anteontem de cinco parlamentares suspeitos de vínculos com os grupos paramilitares. Um deles é irmão de sua ministra das Relações Exteriores, María Consuelo Araújo.
Uribe negou que pretenda exonerar a ministra, mas está em situação desconfortável, diante de um novo indício de que os paramilitares estão infiltrados em escalões próximos de seu governo.
O senador Álvaro Araújo, irmão da ministra, integra agora um grupo de oito parlamentares presos por se associarem às milícias de extrema direita e obterem ganhos indiretos das pressões que elas exercem sobre o eleitorado, além de vantagens que tiram de seus vínculos com narcotraficantes.
Araújo foi pela primeira vez interrogado no ano passado, quando a chanceler pela primeira vez se dispôs a deixar sua pasta -o que Uribe, a exemplo do que ocorreu ontem, não aceitou. As prisões foram feitas com base nos arquivos de um computador apreendido em mãos de um dos comandantes paramilitares, conhecido como Jorge ou Rodrigo Tovar. As informações foram cruzadas com dados fornecidos por um outro preso, Rafael García, ex-diretor de informação dos serviços de inteligência colombianos.
García argumenta que Tovar comandou uma máquina de fraude eleitoral para favorecer seus aliados, entre os quais estaria o irmão da chanceler.
Os paramilitares mantêm com o narcotráfico vínculos semelhantes aos das guerrilhas de esquerda surgidas nos anos 60. No seu primeiro mandato, iniciado em 2002, Uribe firmou com as Autodefesas Unidas da Colômbia, principal organização paramilitar, um acordo de desmobilização que foi criticado por grupos de defesa dos direitos humanos.
A agência Reuters de notícias afirma que as novas descobertas podem prejudicar a aprovação, pelo Congresso americano, do acordo de livre comércio firmado entre Colômbia e EUA. Apesar do escândalo dos paramilitares, Uribe, reeleito em 2006, mantém alta popularidade, com mais de 70% de aprovação, segundo pesquisa divulgada no início desta semana.


Com agências internacionais


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