|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Palestinos se preparam para grande operação israelense em Gaza
Israel cerca Gaza e mata 2 palestinos
DA REDAÇÃO
Em meio a uma ampla mobilização de tropas de Israel para realizar uma operação militar que
pode durar semanas na faixa de
Gaza, disparos feitos por helicópteros israelenses mataram dois
palestinos na região ocupada ontem, no que seria a etapa inicial da
resposta ao duplo atentado suicida de domingo no porto de Ashdod, que matou dez pessoas.
A ação em Gaza ocorreu horas
depois de o gabinete de segurança
israelense aprovar um plano para
intensificar os chamados "assassinatos seletivos" de lideranças de
grupos terroristas, que haviam diminuído nos últimos meses.
O Exército de Israel afirma que
dois membros do grupo terrorista
Jihad Islâmico foram mortos no
ataque aéreo de ontem. Porém
autoridades palestinas dizem que
as vítimas eram civis.
O alvo do disparo seria a casa de
Mohammed al Kharoubi, uma
importante liderança do Jihad,
responsável por dezenas de ataques contra Israel. O grupo disse
em seu site na internet que Kharoubi sobreviveu ao ataque.
Segundo autoridades palestinas, ao menos 14 pessoas se feriram no ataque, incluindo uma
criança de dois anos.
Saeb Erekat, principal negociador palestino, condenou o ataque.
"O que é preciso para quebrar o
ciclo de violência não é uma mentalidade revanchista, mas uma
mentalidade de reconciliação e de
negociação", afirmou.
O premiê israelense, Ariel Sharon, cancelou encontro que teria
ontem com o premiê palestino,
Ahmed Korei, após o duplo atentado e afirmou que vai combater
as lideranças do terror.
O xeque Ahmed Yassin, líder espiritual do grupo terrorista Hamas, afirmou que a organização
sobreviverá a qualquer ataque israelense. "Quando um líder do
Hamas é morto, centenas de outros emergem", afirmou.
"Se Sharon declarou uma guerra, nós aceitamos o desafio e iremos lutar", afirmou Abu Qusay,
líder das Brigadas dos Mártires de
Al Aqsa, ligadas ao Fatah (facção
política de Iasser Arafat).
Em Washington, o porta-voz do
Departamento de Estado Adam
Ereli disse que Israel é uma vítima
do terror e tem o direito de se defender, embora deva ter consciência das conseqüências de suas
ações militares.
Tanques e soldados se reuniram
ontem perto da fronteira de Israel
com a faixa de Gaza para a operação militar que poderia começar a
qualquer momento.
Famílias dos dois terroristas que
cometeram o atentado em Ashdod deixaram as suas casas porque Israel costuma destruir as residências dos suicidas. O atentado
pode ter sido o primeiro em toda
a Intifada (levante palestino), iniciada em setembro de 2000, cometido por terroristas que vieram
de Gaza, região inteiramente cercada por cercas israelenses.
As forças de segurança palestinas também deixaram seus quartéis-generais, alvos constantes das
ações israelenses. Ao anoitecer,
centenas de palestinos se enfileiravam em padarias e mercados
para estocar comida diante de um
possível ataque de Israel.
"Israel é obrigado a tomar medidas defensivas para proteger o
seu povo até que os palestinos decidam colocar um fim ao terrorismo", disse David Baker, assessor
de Sharon. Segundo o jornal israelense "Haaretz", a ofensiva pode durar semanas.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Eleição nos EUA: Maioria dos americanos pensa que o país está no rumo errado Próximo Texto: Panorâmica - Guerra ao terror: Ação militar paquistanesa deixa ao menos 32 mortos Índice
|