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Conservadores vencem, mas estão divididos sobre o presidente do Irã
Grupo já elegeu 113 deputados, mas só 70 entre os quais pró-Ahmadinejad
DA ASSOCIATED PRESS
Com praticamente todos os
resultados apurados, exceto os
dos 30 distritos de Teerã, as legislativas iranianas de sexta-feira garantiram, conforme
amplamente esperado, a maioria parlamentar aos conservadores. Mas eles estão divididos
em torno do apoio ao presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Os resultados ontem anunciados dão por enquanto aos
conservadores 113 dos 290 deputados. Mas entre eles só 70
saíram das chapas ligadas de
modo incondicional ao presidente. Os candidatos reformistas, o único grupo tolerado de
oposição, tem até agora 31 eleitos. Há ainda um grupo de 39
deputados rotulados como independentes, dos quais 14 são
próximos dos reformistas.
Há distritos, em número ainda desconhecido, em que se
disputará o segundo turno, em
data a ser fixada. Existem, por
fim, cinco eleitos pelas minorias religiosas -zoroástricos,
judeus e cristãos.
Candidaturas impugnadas
As listas de candidatos foram
depuradas de 2.000 nomes pelo Conselho de Guardiães, como forma de impedir que os reformistas -favoráveis à diminuição do poder temporal da
hierarquia xiita- ameaçassem
o atual sistema institucional,
comandado pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.
Em razão das impugnações,
os reformistas só puderam se
apresentar em 90 dos 290 distritos eleitorais do Irã.
O presidente Ahmadinejad
declarou-se vitorioso e disse
que o alto comparecimento, em
torno de 60% dos eleitores,
"funciona como um carimbo de
desgraça na testa de nossos inimigos". O presidente disputa a
reeleição em 2009, e as legislativas de sexta foram vistas por
analistas como um teste para
sua viabilidade eleitoral.
Não está clara ainda a maneira pela qual os chamados conservadores pragmáticos farão
oposição a Ahmadinejad, muito mais criticado internamente
pela inflação e por seus efeitos
entre os mais pobres do que pelo controvertido programa nuclear, suspeito de querer produzir a bomba atômica.
Censura a revistas
O Ministério da Cultura
anunciou o fechamento de nove revistas iranianas especializadas em moda e cinema, em
razão de fotografias de "artistas
corruptas" que "semeiam as superstições". As acusações são
sinônimo de mulheres que
mostram a canela e não têm a
cabeça coberta por um véu.
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