São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2008

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Conservadores vencem, mas estão divididos sobre o presidente do Irã

Grupo já elegeu 113 deputados, mas só 70 entre os quais pró-Ahmadinejad

DA ASSOCIATED PRESS

Com praticamente todos os resultados apurados, exceto os dos 30 distritos de Teerã, as legislativas iranianas de sexta-feira garantiram, conforme amplamente esperado, a maioria parlamentar aos conservadores. Mas eles estão divididos em torno do apoio ao presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Os resultados ontem anunciados dão por enquanto aos conservadores 113 dos 290 deputados. Mas entre eles só 70 saíram das chapas ligadas de modo incondicional ao presidente. Os candidatos reformistas, o único grupo tolerado de oposição, tem até agora 31 eleitos. Há ainda um grupo de 39 deputados rotulados como independentes, dos quais 14 são próximos dos reformistas.
Há distritos, em número ainda desconhecido, em que se disputará o segundo turno, em data a ser fixada. Existem, por fim, cinco eleitos pelas minorias religiosas -zoroástricos, judeus e cristãos.

Candidaturas impugnadas
As listas de candidatos foram depuradas de 2.000 nomes pelo Conselho de Guardiães, como forma de impedir que os reformistas -favoráveis à diminuição do poder temporal da hierarquia xiita- ameaçassem o atual sistema institucional, comandado pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.
Em razão das impugnações, os reformistas só puderam se apresentar em 90 dos 290 distritos eleitorais do Irã.
O presidente Ahmadinejad declarou-se vitorioso e disse que o alto comparecimento, em torno de 60% dos eleitores, "funciona como um carimbo de desgraça na testa de nossos inimigos". O presidente disputa a reeleição em 2009, e as legislativas de sexta foram vistas por analistas como um teste para sua viabilidade eleitoral.
Não está clara ainda a maneira pela qual os chamados conservadores pragmáticos farão oposição a Ahmadinejad, muito mais criticado internamente pela inflação e por seus efeitos entre os mais pobres do que pelo controvertido programa nuclear, suspeito de querer produzir a bomba atômica.

Censura a revistas
O Ministério da Cultura anunciou o fechamento de nove revistas iranianas especializadas em moda e cinema, em razão de fotografias de "artistas corruptas" que "semeiam as superstições". As acusações são sinônimo de mulheres que mostram a canela e não têm a cabeça coberta por um véu.


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