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EUA aceitariam teocracia iraquiana, diz Powell
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado americano, Colin Powell, disse ontem que
os EUA estão dispostos a "aceitar" qualquer tipo de governo iraquiano oriundo de eleições democráticas, inclusive um regime
teocrático. A afirmação é a primeira vinda do alto escalão de
Washington que classifica a possibilidade como aceitável, já que
os EUA vêm defendendo a laicidade do futuro governo e tentando estancar a escalada do poder
de líderes religiosos xiitas.
"Teremos que aceitar o que o
povo iraquiano escolher", disse
Powell à rede de TV NBC ao ser
indagado sobre a reação dos EUA
à eventual instauração de um regime como o do Irã, acrescentando que esse regime "deve respeitar os direitos humanos e não permitir a chegada de um regime puramente fundamentalista".
Powell, que esteve na Jordânia
para um fórum econômico, disse
ainda que as tropas americanas
permanecerão no Iraque "por um
período considerável" após a criação do governo interino iraquiano, em 30 de junho.
Mas em sua edição de hoje, o
jornal britânico "The Times" afirma que Washington e Londres
decidiram "mudar a velocidade"
da transferência do controle da
segurança do país. "Não vamos
fugir, mas a intenção é criar uma
estratégia que permita aos iraquianos tomar o controle de sua
segurança o quanto antes e que
nos permita sair o quanto antes",
disse uma fonte anônima sem dar
detalhes. O Pentágono prevê que
as tropas fiquem no país ao menos até o fim de 2005.
Tortura e violência
O programa "This Week", da
rede ABC, indagou Powell se seu
colega Donald Rumsfeld, da Defesa, deveria renunciar e se a prisão
de Abu Ghraib, palco da tortura
de iraquianos, seria demolida.
"Vamos ter que decidir qual a
melhor ação a tomar. Mas não há
dúvida de que esse incidente nos
deixou com uma má reputação
perante o mundo", disse. "O presidente [George W. Bush] pediu
desculpas em nome do país, e eu
gostaria de reforçar esse pedido."
A violência prosseguiu no Iraque com a morte de sete civis, inclusive gêmeas de dois anos. Três
funcionárias iraquianas da coalizão foram mortas a tiros em um
ataque de insurgentes contra o
microônibus que as levava para o
trabalho, em Bagdá, e uma família
foi vítima de um foguete dos rebeldes direcionado à base britânica vizinha à sua casa, em Basra.
A TV Al Jazira, de Qatar, exibiu
imagens de dois russos seqüestrados no último dia 10, pelos quais
os captores exigem a retirada das
tropas estrangeiras. Moscou não
tem soldados no Iraque, apenas
civis atuando na reconstrução.
Com agências internacionais
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