|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo encurrala rebeldes no Sri Lanka
Após Tigres Tâmeis perderem saída para o mar, presidente cingalês celebra "vitória sobre o terrorismo"
DA REDAÇÃO
Em ação apontada pelos comandantes militares como o
ato final da guerra civil de 26
anos entre o governo do Sri
Lanka e o grupo separatista Tigres Tâmeis, as Forças Armadas obtiveram ontem o controle de toda a costa da ilha pela
primeira vez em décadas.
Com o avanço, os rebeldes
acabaram confinados em uma
região de 3,1 km2 e seus líderes
perderam a possibilidade de
fugir pelo mar, conforme relatos dos militares.
Em visita à Jordânia, o presidente cingalês, Mahinda Rajapaksa, celebrou ontem. "Retornarei para o Sri Lanka como líder de uma nação que se livrou
do terrorismo", declarou.
Ele antecipou sua volta à capital Colombo, em virtude dos
prognósticos oficiais da proximidade da vitória. "O combate
para derrotar o terrorismo chegou à sua última etapa", anunciou o porta-voz do Ministério
da Defesa, pasta chefiada pelo
irmão do presidente.
Entretanto, a despeito de
alardear a perspectiva da vitória sobre a guerrilha como uma
questão de horas, o ministério
alertou que o capítulo final do
confronto que matou mais de
100 mil pessoas pode ser marcado por mais derramamento
de sangue.
Em comunicado oficial, a
pasta informou que os Tigres
"estão preparando um suicídio
em massa após terem sido cortadas todas suas vias de fuga" e
que não resta outra alternativa
a eles além da rendição.
Segundo estimativa da ONU,
há entre 30 mil e 80 mil pessoas ainda confinadas na área
dos confrontos.
À espreita da derrota, os rebeldes reiteraram os apelos para o governo interromper a
ofensiva e retomar o diálogo,
para buscar uma solução para o
conflito entre a minoria tâmil
(18% da população) e a maioria
cingalesa (74%).
Crise humanitária
A preocupação internacional
sobre a grave situação humanitária na região onde os rebeldes
estão confinados cresceu nos
últimos dias. Na semana passada, após o único hospital da
área, que funcionava improvisado numa escola, ter sido
bombardeado em dois dias
consecutivos, os funcionários
da saúde fugiram, deixando para trás mais de 400 feridos,
além de corpos não sepultados.
A Cruz Vermelha alertou para "uma inimaginável catástrofe humanitária" para os feridos
cercados sem tratamento.
Na esperança de mitigar o
que um dos funcionários da entidade no Sri Lanka definiu como "banho de sangue", o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, enviou para Colombo
-pela segunda vez- seu chefe
de gabinete, Vijay Nambiar.
Seu desembarque estava previsto para ontem.
Segundo o porta-voz do
Exército, cerca de 4.500 civis
fugiram da zona de conflitos
ontem. Eles se juntam aos mais
de 200 mil que escaparam nos
últimos meses e estão em campos para refugiados.
Gordon Weiss, porta-voz da
ONU, externou preocupação
com as pessoas confinadas na
área de conflito. Ele disse que a
condução dos refugiados está
sendo realizada apenas pelo governo e que seu estafe não tem
acesso ao local.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Partido do Congresso surpreende e vence com facilidade na Índia Próximo Texto: Paquistão: Refugiados passam de 1 milhão no Swat Índice
|