São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 2011 |
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Promotor pede prisão de Gaddafi e filho Ocampo, do Tribunal Penal Internacional, acusa ambos e chefe da inteligência por crimes contra a humanidade Juízes da corte ainda devem analisar o caso; governo líbio reage à decisão, dizendo que pretende ignorá-la
DE LONDRES O promotor-chefe do TPI (Tribunal Penal Internacional), Luis Moreno Ocampo, pediu ontem que sejam expedidas ordens de prisão contra o ditador líbio, Muammar Gaddafi, seu filho Saif al Islam e o chefe da inteligência do país, Abdallah Al Senusi. Os três são acusados de crimes contra a humanidade. Caberá aos juízes do TPI analisar se as provas apresentadas pelo promotor são suficientes. Se não forem, podem recusar o pedido ou solicitar mais investigações. Caso o aceitem, o difícil será sua execução. O TPI não tem poder de polícia. Caberia à Líbia fazer a prisão, o que não faz sentido, uma vez que o ditador continua no poder. Outra opção é eles serem presos caso deixem o território líbio. O subministro do Exterior da Líbia, Khalid Kaim, disse que seu país irá ignorar a decisão do TPI. A Líbia, como muitos países africanos e também os Estados Unidos, não reconhece os poderes do TPI. Ocampo afirma ter coletado mais de 1.200 documentos e ouvido 50 testemunhos que confirmam as atrocidades cometidas pelos três. "Forças a mando de Gaddafi atacaram civis em suas casas e em lugares públicos. Mataram manifestantes e usaram armamento pesado contra pessoas que participavam de funerais ou que saíam de mesquitas após as orações", afirmou, durante entrevista coletiva em Haia. O promotor classificou Saif al Islam como "primeiro-ministro de fato" da Líbia e Abdallah Al Senusi como o braço direito de Gaddafi. Não se sabe ao certo quantas pessoas morreram desde fevereiro, quando os protestos contra o regime de Gaddafi iniciaram. A Otan (aliança militar ocidental) segue atacando alvos do ditador. Se aprovado, o pedido de prisão contra Gaddafi será o segundo expedido contra um chefe de Estado desde que o TPI foi formado, em 2002. O primeiro, contra o presidente do Sudão, Omar Bashir, também foi pedido de Ocampo. Ontem, TVs árabes noticiaram a deserção do chefe da estatal líbia de petróleo, Shokri Ghanem. A informação, porém, não foi confirmada. (VAGUINALDO MARINHEIRO) Texto Anterior: Diretor é nome consagrado do cinema atual Próximo Texto: Onda de protestos preocupa sírios no Brasil Índice | Comunicar Erros |
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