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IGREJA CATÓLICA
Papa reconheceu como santo o frade capuchinho que carregou estigmas de Cristo por mais de 50 anos
Canonização de Padre Pio reúne cerca de 300 mil fiéis
DA REDAÇÃO
Em uma das cerimônias religiosas de maior concentração de fiéis
da história de Roma, o papa João
Paulo 2º, 82, canonizou ontem
Padre Pio (1887-1968), um frade
capuchinho que carregou estigmas de Cristo por mais de 50
anos.
Cerca de 300 mil pessoas de diversas partes do mundo abarrotaram a praça São Pedro e as ruas ao
seu redor. Mais de 4.000 ônibus e
50 trens especiais transportaram
fiéis de todos os recantos da Itália.
João Paulo 2º, que declarou ser
devoto do frade franciscano morto aos 81 anos, presidiu a cerimônia solene de canonização de uma
das figuras católicas mais populares do século 20.
Vivas e aplausos ecoaram por
Roma e por toda a Itália no momento em que o papa, ornado
com vestimentas douradas e
brancas, proclamou Padre Pio,
que nasceu na pequena cidade de
Pietrelcina, santo.
"Nós incluímos o abençoado
Pio de Pietrelcina no cânone dos
santos e nós instituímos que, através da sagrada Igreja Católica, ele
será honrado com devoção", disse o papa com uma voz trêmula.
Em San Giovanni Rotondo, cidade que abriga o monastério onde Pio passou grande parte da sua
vida, houve uma grande explosão
de fogos de artifício. A cidade se
transformou em um centro de peregrinação que gira em torno do
culto à imagem do padre.
No Vaticano, pelotões civis de
proteção foram convocados para
distribuir cerca de 1 milhão de
garrafas de água à multidão que
assistia à cerimônia sob sol forte.
Telões foram dispostos ao longo
de avenidas próximas ao Vaticano para que os peregrinos pudessem acompanhar a cerimônia.
A polícia local alertou os fiéis sobre a possível ação de batedores
de carteiras, que encontrariam na
multidão presente na canonização a situação que pediram a
Deus para agir.
A canonização de Padre Pio foi
também um sonho celeste para
vendedores de suvenires, que se
amontoaram nas ruas ao redor do
Vaticano.
Pelo menos dois milagres são
conferidos a Padre Pio, o número
requerido pela igreja para conceder o título de santo a alguém.
Antes de sua beatificação -o
penúltimo passo antes da canonização-, em 1999, Padre Pio obteve o crédito por uma cura médica
inexplicável de uma mulher italiana que sofria de uma doença pulmonar grave e rezou para o frade
italiano.
O segundo milagre de Padre Pio
foi a cura de um garoto italiano de
11 anos que tinha meningite e cuja
mãe rezou para o franciscano no
período em que seu filho esteve
em estado de coma.
Há ainda histórias que contam
que Padre Pio lutou com o próprio demônio na cela do monastério em que vivia, profetizou
acontecimentos na vida de alguns
dos fiéis que o visitaram, previu a
confissão de penitentes antes de
eles abrirem a boca e esteve em
dois lugares diferentes ao mesmo
tempo.
Pio viveu a maior parte de sua
vida em um monastério no qual
recebia fiéis para confissões com
hora marcada.
O perfil místico de Padre Pio era
completado pelos estigmas que tinha, desde os 23 anos, nas mãos,
nos pés e no tórax, semelhantes às
chagas que Jesus Cristo recebeu
da cruz. Ele usava luvas para absorver o sangue que corria das feridas e para cobri-las. Médicos
nunca conseguiram explicar as
chagas de Padre Pio. As feridas cicatrizaram apenas no dia de sua
morte, mais de 50 anos depois.
Com agências internacionais
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