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UE
Membros aceitam novo prazo para ratificar Constituição
25 países chegam a magro acordo na abertura de cúpula da Europa
DA REDAÇÃO
Os governantes dos 25 países-membros da União Européia decidiram ontem ampliar o prazo
de ratificação da Constituição do
bloco, já rejeitada há duas semanas em plebiscitos por França e
Holanda. O prazo deveria expirar
em novembro de 2006, mas uma
nova data ainda não foi fixada.
O tema poderá ser o único consensual do Conselho Europeu,
nome dessa reunião de cúpula,
entre ontem e hoje, em Bruxelas.
O projeto de orçamento para o
período 2007-2013 continua a ser
objeto de divergências agudas.
Refletindo o pessimismo, o presidente francês, Jacques Chirac,
propôs de início que uma reunião
extraordinária fosse proximamente convocada para que "se
preencha o fosso que provoca o
risco de manter a idéia de Europa
separada de seus cidadãos".
O primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, presidente rotativo do bloco, disse
sobre o orçamento que as diferenças são tão grandes que "um fracasso parece agora inevitável". É o
que também disse o primeiro-ministro sueco, Goran Persson.
Quanto à Constituição, é provável que seja feita uma pausa no
processo de ratificação. Luxemburgo propôs que ela fosse de nove a 12 meses. A Holanda anunciou que não convocaria novamente seus eleitores para um segundo plebiscito sobre a Carta.
O primeiro-ministro português,
José Sócrates, sugeriu que os plebiscitos a serem ainda realizados
ocorram numa mesma data.
A Europa tem uma previsão de
gastar US$ 850 bilhões durante
todo o período 2007-2013. O governo da Holanda, que entra com
a maior contribuição per capita,
quer uma redução de despesas. É
um dos recados que recebeu com
o "não" no seu plebiscito. A Itália,
a Áustria e a Hungria temem que
cortes no orçamento prejudiquem seus programas de desenvolvimento regional.
A grande divergência continua
a ser levantada pelo Reino Unido.
O premiê Tony Blair, dizem analistas, é beneficiado por sua condição de presidente rotativo da
UE a partir de 1º de julho e pelo
enfraquecimento tanto de Chirac,
em razão de sua derrota no plebiscito, quanto do chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder,
que pode perder as eleições legislativas e o próprio governo no segundo semestre.
Blair não aceita a diminuição do
desconto que recebe em sua contribuição. Caso dê mais dinheiro,
diz ele, estaria financiando o sistema de subsídios agrícolas do qual
a França é a grande beneficiada.
Londres dá poucos subsídios a
sua agricultura. O chanceler Jack
Straw qualificou ontem de "inaceitável" a proposta do atual presidente rotativo do bloco, o primeiro-ministro luxemburguês,
Jean-Claude Juncker, que poderia
prejudicar seu país.
Schröder respondeu a Blair com
a afirmação de que o Reino Unido
tem a sexta maior renda per capita do bloco, mas que sua contribuição à UE é proporcionalmente
bem menor.
Com agências internacionais
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