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Sunitas fecham acordo para redigir Constituição
DA REDAÇÃO
Após semanas de impasse, o
Comitê Constitucional iraquiano,
majoritariamente xiita, fechou
ontem um acordo com representantes da minoria sunita para
reintegrá-los ao processo, que deve culminar com a entrega do texto da nova Carta em 15 de agosto.
A discussão sobre a representatividade sunita no comitê não só
atrasou como colocou em xeque o
processo. A lei provisória iraquiana determina que a nova Constituição seja aprovada em referendo por 16 das 18 Províncias iraquianas -ou seja, um "não" nas
Províncias dominadas pelo sunitas, provável no caso de um texto
elaborado sem sua participação,
equivaleria a um veto.
Porque boicotaram as eleições
parlamentares em 30 de janeiro,
os árabes sunitas -que perfazem
20% da população iraquiana -
tinham apenas duas das 55 cadeiras no Comitê Constitucional.
Com isso, alijaram-se do processo, até agora dominado pela
maioria árabe xiita (representante
de cerca de 60% da população) e
pelos curdos (cerca de 15%).
Na tentativa de resolver o impasse, o governo ofereceu que a
representação sunita fosse ampliada para 15 assentos, mesmo
número de cadeiras que têm os
curdos. Mas a proposta foi rechaçada por um grupo de líderes da
minoria, que pediu 25 assentos.
Ontem, Bahaa al Araji, um integrante graduado do comitê, afirmou que foi fechado um acordo
para aumentar o comitê para 70
membros, com a integração de
mais 15 representantes sunitas.
Além disso, serão criados 15 cargos de consultores, dos quais 10
serão entregues a sunitas -os demais ficarão com outras minorias. Segundo Araji, caberá a líderes sunitas apresentar os nomes
ao comitê.
Adnan al Dulaimi, líder do grupo de líderes que pleiteia maior
representatividade, o Conferência
Sunita, afirmou que a proposta foi
aceita, e os nomes dos novos representantes serão entregues nos
próximos dias.
"Concordamos em acabar com
a controvérsia. Assim ninguém
pode dizer que nós atrasamos o
processo constitucional", afirmou Dulaimi. "Já há dois sunitas
no comitê, então seremos 17."
Uma vez aprovada no referendo, a Constituição entrará em vigor a tempo de reger novas eleições parlamentares em dezembro
próximo, completando a transição política no Iraque pós-Saddam Hussein.
Com agências internacionais
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