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ESTUDO
Região atrasa cumprimento das Metas do Milênio
AL e Caribe falham na redução da pobreza, aponta relatório da ONU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Relatório divulgado ontem no
Brasil pelas Nações Unidas aponta que, apesar de os países da
América Latina e Caribe avançarem no combate à fome, ainda estão atrasados nas Metas do Milênio quando se trata de reduzir à
metade a pobreza extrema.
Considerada a menos eqüitativa
do mundo, a região precisa crescer economicamente, em média,
2,9% por habitante ao ano para
cumprir a meta até 2015, prazo
adotado por 189 governos.
Para os países mais pobres, o esforço é ainda maior -4,4% de
crescimento anual per capita-,
enquanto o Brasil deve ficar em
2,5%. O Chile é apontado como o
único entre os 19 países da região
que reduziu à metade a pobreza
extrema. Cinco, inclusive Brasil,
podem alcançar a meta se mantiverem o avanço dos últimos anos.
O documento "Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: um
Olhar da América Latina e do Caribe" aponta que a extrema pobreza continua elevada, atingindo
222 milhões de pessoas. Destas, 96
milhões vivem na indigência.
"Restringida por baixo crescimento durante longos períodos, a
região foi incapaz de melhorar a
distribuição da renda e o acesso a
ativos produtivos, fato que é agravado pela falta de empregos que
permitam aos trabalhadores sair
da pobreza e a seus filhos ter acesso a serviços adequados de saúde,
educação e, inclusive, alimentação", resume o texto.
Preparado sob a coordenação
da Cepal (Comissão Econômica
para a América Latina e o Caribe),
o relatório mostra ainda urgência
nos investimentos em infra-estrutura e capital humano por meio
de programas sociais.
Neste ponto, o Brasil recebe elogios por projetos de distribuição
de renda, como o Bolsa-Família.
"O país está fazendo um esforço
muito importante no sentido de
tirar os mais pobres da pobreza
por meio do ingresso em programas sociais. O que falta é os mais
ricos aportarem um pouco mais",
disse Alicia Bárcena, secretária-executiva-adjunta da Cepal.
Já o coordenador-residente da
ONU no Brasil, Carlos Lopes,
lembra que o país precisa avançar
no combate à desigualdade social
e no ambiente, principalmente
em saneamento, área em que está
ao lado de El Salvador, Guatemala
e Haiti.
A íntegra do relatório pode ser encontrada no site www.cepal.org.
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