São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2005

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ESTUDO

Região atrasa cumprimento das Metas do Milênio

AL e Caribe falham na redução da pobreza, aponta relatório da ONU

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Relatório divulgado ontem no Brasil pelas Nações Unidas aponta que, apesar de os países da América Latina e Caribe avançarem no combate à fome, ainda estão atrasados nas Metas do Milênio quando se trata de reduzir à metade a pobreza extrema.
Considerada a menos eqüitativa do mundo, a região precisa crescer economicamente, em média, 2,9% por habitante ao ano para cumprir a meta até 2015, prazo adotado por 189 governos.
Para os países mais pobres, o esforço é ainda maior -4,4% de crescimento anual per capita-, enquanto o Brasil deve ficar em 2,5%. O Chile é apontado como o único entre os 19 países da região que reduziu à metade a pobreza extrema. Cinco, inclusive Brasil, podem alcançar a meta se mantiverem o avanço dos últimos anos.
O documento "Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: um Olhar da América Latina e do Caribe" aponta que a extrema pobreza continua elevada, atingindo 222 milhões de pessoas. Destas, 96 milhões vivem na indigência.
"Restringida por baixo crescimento durante longos períodos, a região foi incapaz de melhorar a distribuição da renda e o acesso a ativos produtivos, fato que é agravado pela falta de empregos que permitam aos trabalhadores sair da pobreza e a seus filhos ter acesso a serviços adequados de saúde, educação e, inclusive, alimentação", resume o texto.
Preparado sob a coordenação da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), o relatório mostra ainda urgência nos investimentos em infra-estrutura e capital humano por meio de programas sociais.
Neste ponto, o Brasil recebe elogios por projetos de distribuição de renda, como o Bolsa-Família. "O país está fazendo um esforço muito importante no sentido de tirar os mais pobres da pobreza por meio do ingresso em programas sociais. O que falta é os mais ricos aportarem um pouco mais", disse Alicia Bárcena, secretária-executiva-adjunta da Cepal.
Já o coordenador-residente da ONU no Brasil, Carlos Lopes, lembra que o país precisa avançar no combate à desigualdade social e no ambiente, principalmente em saneamento, área em que está ao lado de El Salvador, Guatemala e Haiti.


A íntegra do relatório pode ser encontrada no site www.cepal.org.

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