|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Humala tenta estancar debandada de congressistas
Ex-aliado do candidato nacionalista, Torres Caro anuncia bloco independente com até oito dissidentes; García aplaude decisão
DA REPORTAGEM LOCAL
Recém-derrotado no segundo turno das eleições presidenciais peruanas, em 4 de junho, o
candidato nacionalista Ollanta
Humala prometeu encabeçar
uma dura oposição a Alan García. Agora, no entanto, ele tenta
estancar a hemorragia de sua
principal arma política: a bancada de 45 parlamentares, a
maior do novo Congresso, que
assume no mês que vem.
A revolta na base nacionalista é liderada por um dos principais aliados de Humala ao longo da campanha, o seu candidato a segundo vice-presidente,
Carlos Torres Caro (hás dois vices no Peru), também eleito
congressista no primeiro turno, em 9 de abril.
Na segunda-feira, Torres Caro anunciou o seu rompimento
com o UPP (União pelo Peru).
Segundo ele, de quatro a sete
congressistas completariam a
dissidência.
"A Frente Nacionalista Democrática e Popular que
[Ollanta Humala] anunciou desenvolverá uma política de
oposição radical, sem haver comunicado as bases nem tê-las
consultado, nem mesmo os
eleitos democraticamente pelo
povo. Não queremos ser cúmplices disso", disse, em entrevista coletiva.
O inesperado anúncio de
Torres Caro, um advogado acusado ao longo da campanha de
vínculos com o ex-presidente
Alberto Fujimori, desatou uma
guerra de bastidores nos últimos com Humala.
A ação do líder nacionalista
conseguiu que os demais congressistas que estariam com
Torres Caro adiassem sua decisão até a reunião geral do partido, no próximo dia 28. Pelo menos um deles, Isaac Meckler,
recuou e disse que não deixará
a liderança de Humala.
A decisão de Torres Caro gerou elogios públicos de García,
interessado em aumentar seu
apoio no Congresso, que no Peru é unicameral. Seu partido, o
Apra (Aliança Popular Revolucionária Americana, de centro-esquerda), conseguiu eleger 36
congressistas, o que representa
a segunda maior bancada.
Como costuma ocorrer na região, a maioria no Congresso é
considerada crucial para assegurar a governabilidade no Peru. Nas últimas semanas, García chegou a dizer que não descarta dissolver o Congresso recém-eleito e convocar novas
eleições caso seja necessário,
conforme está previsto na
Constituição.
(FM)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Bolívia: Morales critica autonomia de departamentos Índice
|