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Terremoto no Peru mata ao menos 510
Abalo de 8 graus na escala Richter, o de piores conseqüências desde 1970, afetou região sul do país, deixando 1.500 feridos
Rodovia destruída dificulta
chegada de auxílio; cidades
mais atingidas estão sem
água e energia e não
conseguem atender feridos
RAUL JUSTE LORES
ENVIADO ESPECIAL A LIMA
O corpo de bombeiros do Peru elevou na madrugada de hoje para 510 o número de mortos
em conseqüência de um forte
tremor de terra na noite de anteontem no país, segundo a Associated Press. Outras 1.500
pessoas ficaram feridas. O abalo, de 8 graus na escala Richter,
segundo calculou o Instituto de
Geofísica dos EUA, foi seguido
de vários tremores secundários
-mais de 300, segundo autoridades peruanas-, alguns passando de 6 graus.
Até a noite de ontem, o número oficial de mortos era de
450. O tremor da quarta-feira,
que teve o epicentro na costa
peruana, no oceano Pacífico,
foi o que maior número de vítimas fez no Peru desde 1970,
quando um terremoto de 7,9
graus na escala Richter deixou
mais de 60 mil mortos. Mais recentemente, em junho de 2001,
um tremor de 8,1 graus matou
mais de cem pessoas no país.
O governo peruano decretou
luto nacional. A região do Peru
mais afetada pelo abalo foi o departamento de Ica, ao sul da capital, Lima. De acordo com o
diário peruano "El Comercio",
a cidade em que houve mais
destruição foi a de Pisco, onde
80% das edificações ruíram.
Em Chincha, 60% dos prédios e
casas vieram abaixo, e na cidade de Ica, 40% das construções
foram destruídas. As três cidades estão em estado de emergência.
Uma medida da tragédia foi
dada pelo prefeito de Pisco,
Juan Mendoza, que afirmou
que "os mortos estão estendidos às dezenas nas ruas. Não temos luz, água nem comunicações -tudo está destruído". O
prefeito da cidade de cerca de
115 mil habitantes contou ainda
que mais de 200 pessoas foram
soterradas em uma igreja. E
houve saques nas lojas de Pisco.
O colapso no abastecimento
de água e energia, além de problemas nas telecomunicações,
atingiu também outras cidades
da região. A rodovia Panamericana Sur, que liga a capital ao
sul do país pela costa, ficou destruída.
"Não parava"
Em Lima, cidade distante
cerca de 150 km do epicentro
do tremor, apenas uma pessoa
morreu, vítima de ataque cardíaco causado pelo pânico.
Mas, apesar de os danos materiais também terem sido poucos na capital peruana, a população correu às ruas, assustada,
por volta das 18h40 locais
(20h40 em Brasília), quando
teve início o abalo sísmico, de
quase dois minutos.
Com agências internacionais e o "New York Times"
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