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Cabul entra em "alerta vermelho"
DO ENVIADO ESPECIAL A CABUL
Cabul foi declarada ontem sob "alerta vermelho"
de segurança devido às
eleições. A capital afegã,
vítima de um atentado que
matou sete civis anteontem, já era uma cidade difícil para se lidar. Ficou intolerável.
Pelo alerta, todas as ruas
de áreas em que há alvos
potenciais para ataques de
carros-bomba tiveram que
ser fechadas.
Isso significa praticamente toda a parte central, sudoeste e noroeste
da cidade, em que há concentração de prédios públicos, de forças estrangeiras ou de empresas internacionais.
Na rua Ansari, que tem o
comércio considerado o
mais sofisticado de Cabul
-embora isso seja muito
relativo-, ontem havia
duas barreiras policiais.
Carros eram completamente revistados, e porta-malas, abertos. Motivo: lá
fica o QG de campanha do
candidato Abdullah Abdullah, segundo colocado na
disputa presidencial.
Com o trânsito bloqueado, o já caótico tráfego da
cidade viveu alguns momentos de completo colapso. Ontem, às 16h
(8h30 em Brasília), o taxista Mirwais desistiu de
tentar andar pelas ruas.
"Vou ficar aqui. Não tem
como ir a nenhum lugar."
Ledo engano: a polícia
não deixou ele parar seu
carro, um Corolla antigo,
modelo predileto de táxi
na cidade, perto da nova
mesquita de Cabul. "Disseram que podia ter uma
bomba. Mas eles me revistaram!", conta ele. Pegando um caminho alternativo, o taxista foi em direção
a sua casa no subúrbio.
Em todas as portarias de
prédios públicos da capital, é feita uma revista
completa. Câmeras fotográficas têm de ser acionadas -uma lembrança do
ataque que vitimou o ídolo
da antiga Aliança do Norte, Ahmad Shah Massoud.
O comandante foi morto
antes do atentado terrorista do 11 de Setembro pela explosão de uma suposta câmera de vídeo de um
suposto repórter.
(IG)
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