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ORIENTE MÉDIO
Texto exigia que Israel desistisse de ação contra Arafat; Síria, que apresentou proposta, qualifica veto de "lamentável"
EUA vetam resolução contra Israel na ONU
DA REDAÇÃO
Os EUA vetaram ontem, no
Conselho de Segurança da ONU,
uma resolução proposta pela Síria
que instava Israel a não deportar
ou tomar qualquer atitude contra
Iasser Arafat, presidente da ANP
(Autoridade Nacional Palestina).
A resolução -elaborada pelo
enviado palestino à ONU, Nasser
al Kidwa, e encampada pela Síria,
único país árabe no CS- teve 11
votos a favor e 3 abstenções: do
Reino Unido, da Alemanha e da
Bulgária. Os EUA, como um dos
cinco membros permanentes do
CS, têm direito a veto.
"O fato de a delegação americana ter usado seu veto é algo extremamente lamentável. Apenas
complica uma situação no Oriente Médio que já é muito complicada", disse o embaixador sírio na
ONU, Fayssal Mekdad.
O embaixador americano, John
Negroponte, qualificou a resolução de "desbalanceada" e disse
que ela não continha uma linguagem que promoveria o processo
de paz. Deixou claro que os EUA
são contra a expulsão de Arafat.
Na segunda-feira, Negroponte
disse que os EUA não apoiariam a
resolução a não ser que ela contivesse uma "condenação robusta
do terrorismo", com menções específicas aos grupos terroristas
palestinos, em especial o Hamas.
Para o embaixador sírio, a proposta era "muito balanceada".
A resolução exigia que Israel desistisse de "qualquer ato de deportação" e parasse de "ameaçar a
segurança" do presidente da
ANP. Condenava os assassinatos
de líderes extremistas palestinos e
os ataques suicidas contra Israel.
Na última sexta-feira, os 15
membros do CS assinaram um
comunicado expressando "a visão de que a remoção do presidente Arafat seria contraproducente e não deveria ser implementada". Mas, segundo os EUA, um
comunicado é diferente de uma
resolução, que tem poder de lei.
Em geral, os EUA vetam ou
ameaçam vetar resoluções do CS
contrárias a Israel, mas já houve
oportunidades em que o país se
absteve de votar. A insistência síria em votar a resolução ontem
pode ter tido a intenção de forçar
os EUA a ficar do lado de Israel
-e contra o mundo árabe-
num momento em que o país enfrenta dificuldades no Iraque.
O enviado palestino e autor da
proposta, Nasser al Kidwa, disse
que os EUA haviam perdido sua
credibilidade como mediador do
processo de paz. "Espero que Israel não interprete o assassinato
dessa resolução como uma licença para matar Arafat", disse o porta-voz palestino, Saeb Erakat.
"A resolução não focaliza a responsabilidade da liderança palestina de desmantelar a infra-estrutura terrorista", disse o embaixador israelense, Dan Gillerman.
Já o embaixador búlgaro, Stefan
Tafrov, criticou o fato de os membros do CS não terem esperado
para chegar a um consenso. "Estamos numa situação pior do que
estávamos antes. Temos uma resolução fracassada", disse.
A Síria vive uma fase de atritos
com os EUA, pois, como membro
provisório do CS, foi contra a
Guerra do Iraque. Durante o conflito, foi alertada a não ajudar o regime de Saddam Hussein.
Na semana passada, Israel
anunciou sua decisão de "remover" Arafat, sem, no entanto, especificar quando e como.
Israel descarta trégua
Ontem, autoridades israelenses
rejeitaram uma proposta palestina de cessar-fogo, alegando que o
Exército não interromperá suas
ações enquanto as forças de segurança palestinas não desmantelarem os grupos terroristas.
"É preciso haver um cessar-fogo
mútuo baseado no fim da violência de ambos os lados", propôs Jibril Rajoub, assessor de segurança
nacional de Arafat, à rádio Israel.
"A única maneira que os palestinos têm para provar que querem uma solução pacífica é assumindo a luta contra o Hamas e o
Jihad [Islâmico]. Se não fizerem
isso, nós teremos que fazer por
eles", disse o ministro da Justiça
de Israel, Yosef Lapid.
Com agências internacionais
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