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Conservadores conseguem manter governo na Grécia
Partido do premiê Costas Karamanlis obtém maioria, apesar de perder votos
Campanha foi marcada por incêndios florestais e escândalos; resultado torna mais difícil aprovação de reformas econômicas
DA REDAÇÃO
Os primeiros resultados oficiais indicam que o partido
conservador grego, que está no
governo, conseguiu uma estreita maioria nas eleições parlamentares de ontem, após uma
campanha marcada por incêndios florestais e escândalos.
Se esses resultados se confirmarem, será difícil para o governo e sua precária maioria
aprovar polêmicas reformas
econômicas com vistas a fazer o
segundo país mais pobre da zona do euro aproximar-se de
seus sócios na União Européia.
O premiê conservador, Costas Karamanlis, e o líder socialista, George Papandreou, ambos herdeiros de preeminentes
dinastias políticas, parecem estar perdendo espaço para partidos menores.
Com 94% dos votos apurados, o situacionista Nova Democracia tinha 42,2% (153 das
300 cadeiras), e a oposição socialista do Pasok, 38,2%.
De acordo com projeções feitas a partir de pesquisas de boca-de-urna, o Nova Democracia conseguiria 152 cadeiras do
Parlamento -menos do que teve na vitória de 2004, quando
conseguiu 45,36% dos votos
(165 cadeiras) e pôs fim a 11
anos de domínio socialista.
"Nós vencemos, nós vencemos", dizia Thanassis Papasotiriou, 38, especialista em tecnologia da informação, enquanto agitava uma bandeira
do Nova Democracia no centro
de Atenas.
À noite, Karamanlis declarou-se vitorioso. O candidato
socialista reconheceu a derrota
de seu partido.
Pela pesquisa do instituto
Kapa Research, o Pasok ficaria
com 103 cadeiras, contra 117
obtidos em 2004.
Analistas políticos afirmaram que o Pasok não foi capaz
de capitalizar sobre os erros do
governo, em especial os incêndios florestais que devastaram
a Grécia neste verão e mataram
mais de 65 pessoas, levando
muitos a acusar os conservadores de incompetência.
Punição
Pequenos partidos obtiveram bons resultados, em especial o Laos, de extrema direita,
que conseguiu pela primeira
vez representação parlamentar. "Os eleitores gregos estão
punindo os grandes partidos",
disse o consultor da Kapa Research Gerasimos Moschonas.
"Desde 1958 que pequenos
partidos não conseguiam uma
fatia tão grande dos votos", disse o diretor da Kapa, Constantine Routzounis.
A eleição de ontem era vista
como crucial para definir o passo de reformas econômicas impopulares, que incluem privatizações e mudanças na Previdência. Para muitos analistas, a
maioria dos conservadores será
estreita demais para levar tais
reformas adiante.
Karamanlis convocou eleições antecipadas confiante em
que obteria uma vitória confortável, mas os incêndios e uma
série de escândalos acabaram
erodindo o apoio ao governo.
Karamanlis, que é sobrinho
do histórico líder conservador
Constantine Karamanlis, reduziu déficits e criou 200 mil empregos, mas as taxas de desemprego da Grécia permanecem
acima da média da UE, apesar
de um crescimento de 4,4% do
PIB projetado para 2007.
Com agências internacionais
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