São Paulo, segunda-feira, 17 de setembro de 2007

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Conservadores conseguem manter governo na Grécia

Partido do premiê Costas Karamanlis obtém maioria, apesar de perder votos

Campanha foi marcada por incêndios florestais e escândalos; resultado torna mais difícil aprovação de reformas econômicas

DA REDAÇÃO

Os primeiros resultados oficiais indicam que o partido conservador grego, que está no governo, conseguiu uma estreita maioria nas eleições parlamentares de ontem, após uma campanha marcada por incêndios florestais e escândalos.
Se esses resultados se confirmarem, será difícil para o governo e sua precária maioria aprovar polêmicas reformas econômicas com vistas a fazer o segundo país mais pobre da zona do euro aproximar-se de seus sócios na União Européia.
O premiê conservador, Costas Karamanlis, e o líder socialista, George Papandreou, ambos herdeiros de preeminentes dinastias políticas, parecem estar perdendo espaço para partidos menores.
Com 94% dos votos apurados, o situacionista Nova Democracia tinha 42,2% (153 das 300 cadeiras), e a oposição socialista do Pasok, 38,2%.
De acordo com projeções feitas a partir de pesquisas de boca-de-urna, o Nova Democracia conseguiria 152 cadeiras do Parlamento -menos do que teve na vitória de 2004, quando conseguiu 45,36% dos votos (165 cadeiras) e pôs fim a 11 anos de domínio socialista.
"Nós vencemos, nós vencemos", dizia Thanassis Papasotiriou, 38, especialista em tecnologia da informação, enquanto agitava uma bandeira do Nova Democracia no centro de Atenas.
À noite, Karamanlis declarou-se vitorioso. O candidato socialista reconheceu a derrota de seu partido.
Pela pesquisa do instituto Kapa Research, o Pasok ficaria com 103 cadeiras, contra 117 obtidos em 2004.
Analistas políticos afirmaram que o Pasok não foi capaz de capitalizar sobre os erros do governo, em especial os incêndios florestais que devastaram a Grécia neste verão e mataram mais de 65 pessoas, levando muitos a acusar os conservadores de incompetência.

Punição
Pequenos partidos obtiveram bons resultados, em especial o Laos, de extrema direita, que conseguiu pela primeira vez representação parlamentar. "Os eleitores gregos estão punindo os grandes partidos", disse o consultor da Kapa Research Gerasimos Moschonas.
"Desde 1958 que pequenos partidos não conseguiam uma fatia tão grande dos votos", disse o diretor da Kapa, Constantine Routzounis.
A eleição de ontem era vista como crucial para definir o passo de reformas econômicas impopulares, que incluem privatizações e mudanças na Previdência. Para muitos analistas, a maioria dos conservadores será estreita demais para levar tais reformas adiante.
Karamanlis convocou eleições antecipadas confiante em que obteria uma vitória confortável, mas os incêndios e uma série de escândalos acabaram erodindo o apoio ao governo.
Karamanlis, que é sobrinho do histórico líder conservador Constantine Karamanlis, reduziu déficits e criou 200 mil empregos, mas as taxas de desemprego da Grécia permanecem acima da média da UE, apesar de um crescimento de 4,4% do PIB projetado para 2007.


Com agências internacionais

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