São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2006

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Ex-presidente surpreende e revela força eleitoral ao lançar irmão

DO ENVIADO ESPECIAL A QUITO

Afastado do governo em abril do ano passado, o ex-presidente Lucio Gutiérrez conseguiu uma importante demonstração de força nas eleições de anteontem e foi considerado até agora o principal vencedor do pleito equatoriano.
Impedido de se candidatar, Gutiérrez lançou o seu irmão mais novo, Gilmar, e ficou encarregado de ser o chefe da campanha. O resultado foi um surpreendente terceiro lugar, com 16,51% dos votos, ultrapassando León Roldós, candidato de centro-esquerda que liderou as pesquisas de opinião desde o ano passado até agosto.
Gilmar também demonstrou força regional ao se tornar o mais votado nas cinco Províncias (Estados) amazônicas equatorianas.
Apesar de não estar entre os primeiros, Gilmar conseguiu uma votação que indica claramente que, se seu irmão não pôde obter os votos, o fenômenos Lucio Gutiérrez ainda tem um grande poder no Equador. É a grande surpresa da jornada", assinala o editorial do jornal "El Comercio", o mais importante do país.
A campanha se baseou sobretudo no papel de vítima projetado por Lucio, que se diz alvo de um golpe de Estado e se proclama o "presidente legítimo" do Equador.

Poder de barganha
Para analistas equatorianos, o desempenho anteontem dos irmãos Gutiérrez lhes dá um grande poder de barganha no segundo turno, que será disputado entre o megaempresário de direita Alvaro Noboa e o ex-ministro da Economia Rafael Correa, de esquerda.
Gutiérrez foi afastado pelo Congresso no ano passado, depois de enfrentar fortes manifestações de rua pelo país. Para deixar o Equador, se refugiou na residência do então embaixador brasileiro em Quito, Sergio Florêncio.
Gutiérrez recebeu asilo político no Brasil, mas abriu mão dele em seguida. Depois, foi à Colômbia e ao Peru, quando atravessou a fronteira de volta ao Equador, onde foi preso e liberado.
Levado ao poder em 2002, Gutiérrez foi o terceiro presidente eleito consecutivo do Equador a não conseguir concluir o mandato. (FM)


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