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Ex-presidente surpreende e revela força eleitoral ao lançar irmão
DO ENVIADO ESPECIAL A QUITO
Afastado do governo em abril
do ano passado, o ex-presidente Lucio Gutiérrez conseguiu
uma importante demonstração
de força nas eleições de anteontem e foi considerado até agora
o principal vencedor do pleito
equatoriano.
Impedido de se candidatar,
Gutiérrez lançou o seu irmão
mais novo, Gilmar, e ficou encarregado de ser o chefe da
campanha. O resultado foi um
surpreendente terceiro lugar,
com 16,51% dos votos, ultrapassando León Roldós, candidato
de centro-esquerda que liderou
as pesquisas de opinião desde o
ano passado até agosto.
Gilmar também demonstrou
força regional ao se tornar o
mais votado nas cinco Províncias (Estados) amazônicas
equatorianas.
Apesar de não estar entre os
primeiros, Gilmar conseguiu
uma votação que indica claramente que, se seu irmão não
pôde obter os votos, o fenômenos Lucio Gutiérrez ainda tem
um grande poder no Equador.
É a grande surpresa da jornada", assinala o editorial do jornal "El Comercio", o mais importante do país.
A campanha se baseou sobretudo no papel de vítima projetado por Lucio, que se diz alvo
de um golpe de Estado e se proclama o "presidente legítimo"
do Equador.
Poder de barganha
Para analistas equatorianos,
o desempenho anteontem dos
irmãos Gutiérrez lhes dá um
grande poder de barganha no
segundo turno, que será disputado entre o megaempresário
de direita Alvaro Noboa e o ex-ministro da Economia Rafael
Correa, de esquerda.
Gutiérrez foi afastado pelo
Congresso no ano passado, depois de enfrentar fortes manifestações de rua pelo país. Para
deixar o Equador, se refugiou
na residência do então embaixador brasileiro em Quito, Sergio Florêncio.
Gutiérrez recebeu asilo político no Brasil, mas abriu mão
dele em seguida. Depois, foi à
Colômbia e ao Peru, quando
atravessou a fronteira de volta
ao Equador, onde foi preso e liberado.
Levado ao poder em 2002,
Gutiérrez foi o terceiro presidente eleito consecutivo do
Equador a não conseguir concluir o mandato.
(FM)
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