São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 2011

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Alemanha prevê um calote maior em papéis da Grécia

Ministro das Finanças diz ser necessário perdão superior ao que foi acertado

Alemanha quer que bancos também tenham mais comprometimento para chegar a uma solução para a crise

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O perdão da dívida à Grécia deverá ser maior do que o previsto pelos credores europeus em julho passado. A estimativa é do governo alemão, que avisa: o calote grego deverá superar os 21% estimados no pacote de resgate ao país.
"A crise de dívida grega não será solucionada sem um perdão da dívida, que terá de ser mais elevado do que foi acordado nesse verão [do hemisfério norte]. Os detalhes estão sendo discutidos", disse ontem o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schaeuble, em entrevista à televisão pública ARD.
O ministro não precisou se o novo valor do calote atingiria 50% da dívida grega, como aposta o mercado, mas disse esperar que os bancos europeus trabalhem com os governos para chegar a um acordo sobre a quantia.
"Gostaríamos, se possível, de acordar [a participação do setor privado] com os bancos. Mas está claro que é preciso haver um nível de participação suficiente para chegar a uma solução final para a Grécia. Isso é extremamente difícil", disse. Voz mais influente da zona do euro (tem 20,4% da economia do bloco), a Alemanha externa assim pela primeira vez o que investidores preveem há meses: o calote grego é inevitável e será maior que o previsto.
Alemanha e França são os dois países mais expostos à crise grega. Têm, juntos, US$ 160 bilhões em papéis da Grécia, país que está insolvente.
Ambos prometem apresentar um plano para resolver o problema na Cúpula da União Europeia, no próximo domingo, em Bruxelas. Um maior calote grego deve estar no cardápio.
Segundo Schaeuble, os detalhes têm sido discutidos nos últimos dias, mas o texto não precisa estar completo até a cúpula. "Os princípios, porém, deverão estar claros."
O jornal alemão "Bild" divulgou ontem que a revisão do segundo pacote, acordado em 21 de julho, está sendo negociada pelo líder do Deutsche Bank, Josef Ackermann, na condição de presidente do IIF (Instituto Internacional de Finanças), que representa os maiores credores internacionais.
Por pressão externa, a Grécia tem adotado medidas de corte. Ontem, anunciou que vai suspender o controle da gasolina. "Estamos monitorando os preços todos os dias. Se for necessário, interviremos de novo", diz o governo.


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