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GUERRA SEM LIMITES
Reivindicação foi feita a diário árabe de Londres; ações foram suicidas, e número de mortos chega a 23
Al Qaeda assume ação na Turquia, diz jornal
DA REDAÇÃO
Um grupo ligado à rede terrorista Al Qaeda reivindicou o duplo atentado em Istambul (Turquia) anteontem, segundo um e-mail enviado ao diário árabe publicado em Londres "Al Quds Al
Arabi".
"Demos um golpe mortal após
descobrirmos que cinco agentes
de inteligência judeus se encontravam nas duas sinagogas no
centro de Istambul", disse o grupo denominado Brigadas do Mártir Abu Hafs Al Masri. Os governos turco e israelense não comentaram a reivindicação.
Porém autoridades dos dois
países, que estão investigando
conjuntamente o duplo atentado,
deram declarações indicando que
a Al Qaeda é a principal suspeita.
O modo como foi realizada a operação -ataques simultâneos em
locais diferentes- tem a marca
da rede terrorista.
Alvos judaicos foram atingidos
em ataques recentes atribuídos a
terroristas ligados à Al Qaeda, como em Casablanca (Marrocos),
em maio, na Tunísia, em abril de
2002, e no Quênia, em novembro.
O duplo atentado foi cometido
por terroristas suicidas dentro de
duas vans carregadas com 400 kg
de explosivos cada uma delas. A
informação foi divulgada ontem
por autoridades de segurança da
Turquia. Elas acrescentaram que
as placas dos veículos eram falsas.
O número de mortos subiu para
23, após mais buscas realizadas
ontem nos escombros. Outros 71
feridos estão hospitalizados.
Israel enviou equipes para ajudar nas buscas e nas investigações. Entres os mortos há seis judeus. As demais vítimas eram
muçulmanos que estavam perto
das sinagogas. A Turquia, majoritariamente islâmica, tem fortes laços diplomáticos e militares com
Israel e uma antiga comunidade
judaica de cerca de 30 mil membros. O país também é um tradicional aliado dos EUA.
Quatro pessoas chegaram a ser
presas pelas autoridades turcas,
mas depois foram soltas.
O premiê turco, Tayyip Erdogan, disse que levará à Justiça os
responsáveis pelos atentados.
"Nossa determinação é lutar contra o terrorismo na arena internacional. [Os ataques] têm ligações
internacionais", disse.
O chanceler de Israel, Silvan
Shalom, que viajou para Istambul, disse: "Os ataques covardes
foram cometidos por extremistas
que não querem ver países compartilhando valores como a democracia e a liberdade."
O premiê de Israel, Ariel Sharon, afirmou que o "atentado de
ontem [anteontem] mostra que o
terror não tem fronteiras. O terrorismo não faz discriminação de
religião ou sangue".
Israel alertou o governo da Turquia pelo menos duas vezes neste
ano de que poderiam ocorrer
atentados em território turco.
Turismo
Há o temor de que o duplo atentado terrorista de anteontem possa afetar o turismo na Turquia. O
setor turístico é uma das principais fontes de divisas do país.
No ano passado, cerca de 300
mil israelenses viajaram para a
Turquia. Por enquanto, as autoridades israelenses não divulgaram
nenhuma nota advertindo sobre
os riscos de visitar o país.
Várias manifestações foram
realizadas na Turquia ontem para
condenar os atentados.
Com agências internacionais
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