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SAÚDE
Ao todo três foram contaminados no país asiático; no Brasil, Saúde anuncia a compra de antiviral contra a doença
Gripe aviária mata uma pessoa na China
DA REDAÇÃO
O governo da China confirmou
ontem a contaminação de três
pessoas pela gripe aviária, uma
das quais morreu. É a primeira
confirmação da doença no país.
O Ministério da Saúde chinês
informou que uma trabalhadora
de uma granja na Província de
Anhui, no leste do país, morreu
por ter sido contaminado pelo
H5N1, a variedade letal do vírus
da gripe aviária. A mulher tinha
24 anos de idade.
Também foi confirmada a contaminação pelo vírus de um menino de 9 anos, morador da Província de Hunan, região central da
China. O garoto, no entanto, conseguiu se recuperar, segundo a
agência de notícias oficial do país,
a Xinhua. A irmã de 12 anos do
menino, que morreu no mês passado, teve detectados em seu corpo anticorpos do H5N1 e muito
provavelmente morreu também
em conseqüência da gripe aviária,
de acordo com a Xinhua e a OMS
(Organização Mundial da Saúde).
"Não é uma surpresa. Isso mostra que a China, como outros países que têm aves contaminadas
pela gripe aviária, podem ter casos humanos", disse Roy Wadia,
porta-voz da OMS. "Essa notícia
vai levar às casas dos cidadãos de
todo o país o fato de que isso pode
acontecer em seus próprios quintais", completou Wadia.
As autoridades chinesas informaram inicialmente que os dois
irmãos de Hunan estavam com
pneumonia, e não com gripe aviária. Mas posteriormente elas convidaram especialistas internacionais para analisar os casos, e foi
confirmada a presença do H5N1
no menino e a suspeita da gripe
em sua irmã.
O vírus letal da gripe aviária, o
H5N1, que já matou mais de 60
pessoas na Ásia desde 2003, ainda
afeta quase que exclusivamente as
aves. No entanto especialistas temem que, em países como a China e o Vietnã, em que há uma epidemia da gripe entre os pássaros,
surja, por meio de mutação, uma
variedade do vírus que seja transmissível entre seres humanos.
Na China, país que já registrou
11 focos de epidemia entre aves só
no mês passado, o governo anunciou anteontem que pretende vacinar todas as suas aves destinadas a consumo humano, o que
significa cerca de 14 bilhões de
animais e corresponde a aproximadamente 20% do estoque
mundial de aves para consumo.
As outras mortes por gripe aviária foram registradas no Vietnã,
na Tailândia, na Indonésia e no
Camboja.
Brasil
O Brasil será o primeiro país das
Américas a ter estoque do antiviral Tamiflu, usado no combate à
gripe aviária. O anúncio foi feito
ontem pelo ministro da Saúde,
Saraiva Felipe, no Rio. O ministério elaborou um plano de preparação para enfrentar uma pandemia da gripe.
As três principais ações são a
aquisição de 9 milhões de doses
de Tamiflu, que devem chegar até
o final do ano; o fortalecimento da
vigilância epidemiológica e a preparação do Instituto Butantan para a produção da vacina contra o
H5N1. Para isso, o ministério já liberou R$ 258 milhões.
Segundo Felipe, o ministério
trabalha com uma possibilidade
de contaminação de 10% da população brasileira. "Se uma epidemia atacar 10% da população,
precisaremos de 1,2 milhão de
consultas, 500 mil internações e
há uma expectativa de 25 mil óbitos", disse o ministro.
O ministro informou que está
sendo negociada com a Roche, laboratório que fabrica o Tamiflu, a
transferência de tecnologia para
que o Brasil, no laboratório da
Fiocruz, possa realizar pelo menos parte do processo de fabricação do remédio. "É um processo
complicado e nenhum país do
mundo tem a tecnologia necessária", afirmou Saraiva Felipe.
De acordo com o ministro, a rede hospitalar brasileira, apesar de
"precisar ser melhorada", está
preparada para tratar uma possível pandemia de gripe.
Ainda segundo o ministro Saraiva Felipe, depois de identificado o tipo do vírus, em seis meses
será possível começar a produção
de vacinas.
No Rio, acontece até amanhã o
Seminário Internacional sobre
Gripe, onde autoridades e especialistas de vários países vão trocar experiências sobre o combate
à doença.
Com agências internacionais
Colaborou a sucursal do Rio
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