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AUTOCRÍTICA
Relatório da organização aponta falhas em ação de paz
ONU admite que foi omissa em relação a genocídio em Ruanda
das agências internacionais
A ONU foi tímida, desorganizada e mal instruída antes e durante
o genocídio que ocorreu em
Ruanda (centro-sul da África) em
1994, ignorando e falhando em intervir nos massacres. Essas conclusões estão num relatório de
uma comissão independente, encomendado pela organização.
O relatório cita textualmente
como omissos o ex-secretário-geral da ONU à época, Boutros Boutros-Ghali, e o então responsável
pelas operações de paz e substituto de Boutros-Ghali, Kofi Annan.
"A ONU falhou com o povo de
Ruanda e deveria ter se desculpado mais claramente, mais francamente e mais cedo", afirmou a comissão, que foi presidida pelo ex-premiê sueco Ingvar Carlsson.
"Em nome das Nações Unidas,
eu reconheço essas falhas e expresso meu profundo pesar", disse Annan, ao saber do resultado
do inquérito independente.
Cerca de 800 mil ruandeses da
etnia tutsi e moderados da etnia
hutu foram mortos entre abril e
maio de 1994. Os massacres tiveram início quando o governo, dominado por hutus, convocou o
Exército, as milícias e a população
a voltar-se contra as pessoas de etnia tutsi.
O general canadense Romeo
Dallaire, então líder das forças da
ONU em Ruanda, avisou às Nações Unidas sobre preparações
para o massacre. Mesmo assim, o
Conselho de Segurança diminuiu
as forças de 2.500 para poucas
centenas antes do início dos massacres e só aumentou para 5.500
quando o genocídio terminou.
Um relatório sobre massacres
de civis na Bósnia em 1995 foi divulgado mês passado com conclusões semelhantes.
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