São Paulo, Sexta-feira, 17 de Dezembro de 1999


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AUTOCRÍTICA
Relatório da organização aponta falhas em ação de paz
ONU admite que foi omissa em relação a genocídio em Ruanda

das agências internacionais


A ONU foi tímida, desorganizada e mal instruída antes e durante o genocídio que ocorreu em Ruanda (centro-sul da África) em 1994, ignorando e falhando em intervir nos massacres. Essas conclusões estão num relatório de uma comissão independente, encomendado pela organização.
O relatório cita textualmente como omissos o ex-secretário-geral da ONU à época, Boutros Boutros-Ghali, e o então responsável pelas operações de paz e substituto de Boutros-Ghali, Kofi Annan.
"A ONU falhou com o povo de Ruanda e deveria ter se desculpado mais claramente, mais francamente e mais cedo", afirmou a comissão, que foi presidida pelo ex-premiê sueco Ingvar Carlsson.
"Em nome das Nações Unidas, eu reconheço essas falhas e expresso meu profundo pesar", disse Annan, ao saber do resultado do inquérito independente.
Cerca de 800 mil ruandeses da etnia tutsi e moderados da etnia hutu foram mortos entre abril e maio de 1994. Os massacres tiveram início quando o governo, dominado por hutus, convocou o Exército, as milícias e a população a voltar-se contra as pessoas de etnia tutsi.
O general canadense Romeo Dallaire, então líder das forças da ONU em Ruanda, avisou às Nações Unidas sobre preparações para o massacre. Mesmo assim, o Conselho de Segurança diminuiu as forças de 2.500 para poucas centenas antes do início dos massacres e só aumentou para 5.500 quando o genocídio terminou.
Um relatório sobre massacres de civis na Bósnia em 1995 foi divulgado mês passado com conclusões semelhantes.


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